Sempre agradeci por ter vistas boas e não precisar usar óculos. Foi assim até os 50 anos. Um belo dia, porém, peguei a bula de um remédio para ler e vi que as letras menores estavam bem embaralhadas. Foi o primeiro sinal. Depois, quis ler o rótulo de um produto no mercado e, novamente, minha tentativa foi frustrada. Tive que pedir ajuda a uma jovem que estava perto de mim. Marquei uma consulta com o oftalmologista. Não era nada mais grave. O diagnóstico foi “vista cansada”. Coisa da idade, ele me disse, sorrindo. Saí de lá com uma receita para mandar fazer óculos para leitura.

Continua depois da publicidade

Praticamente todos meus amigos e conhecidos da mesma faixa etária estão com o mesmo problema. O que é conhecido popularmente por “vista cansada” na verdade chama-se presbiopia, e é muito comum depois dos 40 anos de idade. Segundo a oftalmologista Tatiana Nahas, Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, este costuma ser o primeiro sinal do processo de envelhecimento natural do corpo.

O principal sinal de que a presbiopia se instalou é a visão desfocada. “As pessoas costumam usar estratégias para compensar a dificuldade de enxergar de perto, como por exemplo, afastar o livro ou o celular para conseguir maior nitidez. Outras podem recorrer aos óculos prontos, vendidos em farmácias, ou ainda a lupas para conseguir ler ou ver objetos de perto”, cita a oftalmologista. Entretanto, o esforço visual para conseguir focar as imagens pode levar a outros sintomas, como dor de cabeça, ardência ocular, lacrimejamento e cansaço visual. Lembrando que os sintomas pioram no final do dia e em ambientes com pouca luz.

O ideal, portanto, é procurar um oftalmologista para avaliar e prescrever as lentes corretivas de acordo com o grau encontrado. Os óculos prontos, diz ela, podem ser algo paliativo, até que a pessoa passe pela avaliação do médico. As lentes devem ser personalizadas e prescritas pelo oftalmologista. Em muitos casos, podem surgir outros problemas oculares. Por isso, a consulta com o especialista é imprescindível.

Continua depois da publicidade

Ler outras colunas de Viviane Bevilacqua