Uma em cada três crianças com idade entre 9 e 17 anos acessa a internet várias vezes ao dia, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação. E para navegar na rede, 83% usam o smartphone. Não é à toa, portanto, que estes aparelhos de celulares que permitem conexão foram eleitos o símbolo dessa geração silenciosa que digita rápido (é impressionante a agilidade dos dedos) e tem olhos sempre atentos às telas, porém que escuta e fala muito pouco “ao vivo”, interagindo cada vez menos com as pessoas à sua volta.

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Dias atrás estava na parada de ônibus, em frente a uma escola. Era horário de saída. Sabem aquela gritaria típica de gurizada quando se junta? Não tinha. Risadas, brincadeiras, correria? Também não vi. O que assisti foi uma dúzia de adolescentes checando suas redes sociais, provavelmente porque na sala de aula os professores não permitem a utilização dele (o que está mais do que certo). Então, aflitos para saberem as novidades e ver o que “perderam” enquanto estavam na aula, permaneciam alheios a todo o resto, com seus aparelhinhos nas mãos, sem interagir uns com os outros.

Essa meninada de hoje tem acesso a muitas informações – boas e ruins. Mas me parece que não sabe muito bem o que fazer com elas, e às vezes ficam meio perdidos diante da telinha. Querem curtir tudo, ganhar “likes” em cada postagem, colecionar seguidores e seguir “personalidades” e “influenciadores”, que nós, adultos, muitas vezes nem sabemos quem são e o que pensam. O problema é que esta influência, muitas vezes pode não ser positiva, como já se sabe de recentes episódios envolvendo youtubers com postagens racistas.

Por tudo isso, a sugestão dos especialistas em infância e adolescência é uma só: os pais devem assumir o compromisso de praticar e aprender a criar vínculos fortes com os filhos. Isso se dá por meio do diálogo, da dedicação, da atenção, do estímulo e da presença.

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