Uma sobrinha que veio passar o fim de ano em Florianópolis, olhando minha cor “branco escritório”, comentou: Tia, nem parece que você mora numa cidade que tem praia. Que bronzeado é esse?”. Ela não é a primeira pessoa que faz esta observação. E eu respondo sempre a mesma coisa: não gosto de praia lotada, e muito menos de filas quilométricas na estrada. Se eu morasse à beira-mar com certeza estaria com uma cor mais saudável. Mas moro a mais de 20 quilômetros da praia, e disputar espaço na rua e na areia com milhares de turistas e nativos não é uma coisa que me relaxa. Pelo contrário. E lazer tem que ser algo relaxante, caso contrário vira estresse. Melhor então aproveitar o tempo livre com outras coisas que me dão prazer, como filmes, séries, livros e encontros com os amigos que também não estão na praia. E de preferência em um lugar com ar-condicionado bem geladinho.
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Sou uma admiradora do slow tourism, ou turismo lento, em português. Gosto e preciso me desligar de tudo por alguns dias, para recarregar as energias. Mas sem esta coisa louca de correr de um lado para o outro só fazendo fotos e selfies, pegando filas e trânsito e gente estressada. O gostoso é desfrutar dos lugares, conhecer sua história, sua gente, ver como vivem. Me atrai a possibilidade de ter um tempo próprio para não fazer nada e apenas desfrutar do lugar onde estou. Dez países em dez dias? Eu fora.
O slow tourism prima pela relação e pela valorização do lugar e da hospitalidade. Está relacionado, portanto, à maneira como você dedica o seu tempo para desfrutá-lo, seja em outro país, em outro estado ou até mesmo dentro da sua própria cidade. Grazielle Maccoppi, professora do curso de Turismo do Centro Universitário Internacional Uninter, sugere que o primeiro passo para quem quer vivenciar o slow é olhar para si, reconhecer o que gosta (mar, montanha, gastronomia, esportes, cultura) e buscar um lugar e principalmente um tempo para dedicar-se a isso. Vale aprender um pouco mais sobre a cultura, praticar uma nova modalidade esportiva, experimentar novos sabores… Tudo de maneira que haja entrega e que a calma e a tranquilidade permeiem a experiência.
“Momentos sem pressa, muitas vezes, são impossíveis durante uma vida inteira. É fundamental reconhecer que a lentidão é essencial para o reconectar e dar um novo sentido as experiências. Escolha o seu destino e o vivencie de verdade”, aconselha.
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