Uma vizinha que é um pouco avessa à tecnologia me contou que neste Natal resolveu radicalizar: está comprando todos os presentes para a família pela internet. Disse que está sem paciência para enfrentar trânsito, calor e lojas lotadas e, por isso, está se rendendo à praticidade das compras online. O único receio dela é cair em algum golpe, por isso pede ajuda a um dos netos antes de fornecer seus dados pessoais e bancários em algum site. E ela faz muito bem, porque final de ano é a temporada em que mais ocorrem os golpes online, já que existem duas datas importantes e que vendem muito: o black friday e, lógico, o Natal.

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Os cybercriminosos aproveitam esta época em que os consumidores estão ávidos por compras para tentar capturar dados pessoais e financeiros dos mais desavisados. Marcelo Toniolo, diretor do PayPal Brasil, explica que essa prática ilegal recebe o nome de phishing, ou seja, é um golpe online cuja principal ferramenta de propagação é o e-mail, mas que também encontra campo vasto para procriar no WhatsApp e, mais recentemente, nas redes sociais. Ele consiste em fazer o consumidor acreditar em uma oferta super atrativa ou em uma mensagem importante de uma grande loja ou instituição bancária. Basta a pessoa clicar em um dos links falsos para que seus dados fiquem expostos.

Como se proteger? Toniolo afirma que não é difícil, basta ligar seu “desconfiômetro”. Ele dá algumas dicas para que suas compras de fim de ano não se tornem uma furada.

1. Recebeu e-mail com um link desconhecido? Antes de qualquer outra coisa, verifique-o antes de clicar, passando sobre ele o ponteiro do mouse. Se na barra do programa aparecer outro destino, você estará diante de um link fake. Preste atenção também se o link contém erros de ortografia – se for o caso, é outro sinal claro de que se trata de uma página falsa.

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2. Só digite suas informações de login quando a rede onde você estiver conectado(a) for segura. Se o prefixo da página for "https", isso significa que o site é seguro (s de "secure", em inglês). Vá em frente! Mas, se não houver o "s", fique atento. Há grande chance de ser um golpe online.

3. Mesmo que a mensagem (por e-mail, WhatsApp ou redes sociais) tenha sido enviada por um(a) grande amigo(a) seu/sua, não clique nos links internos antes de checar os dois itens acima. Porque seus amigos podem ter sido infectados por vírus ou hackeados e nem saber que aquela mensagem foi enviada por meio de seus canais pessoais.

4. O mesmo se aplica para e-mails enviados por organizações oficiais, como bancos, financeiras, varejistas online, agências de viagem, cias aéreas, entre outros players de mercado. Lembre-se: os cybercriminosos são profissionais do engodo e trabalham para que as mensagens se pareçam o mais possível com um comunicado verdadeiro.

5. Ao descobrir uma campanha de phishing, você ganha um dever moral: o de reportar o golpe à empresa verdadeira que foi "espelhada" na mensagem falsa. Entre em contato com a instituição financeira ou com o SAC da loja online para relatar o ocorrido. E não delete a mensagem. Envie-a, como anexo, aos canais de atendimento, para que eles possam rastrear a origem do ataque e chegar aos criminosos.

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6. Outro ponto fundamental: tenha sempre em seu equipamento (seja ele um PC, notebook, tablet ou samrtphone) um antivírus atualizado. Em geral, esses programas ajudam muito os usuários e evitam que programas maliciosos sejam instalados e "roubem" suas informações.

7. Uma última dica: se puder, evite acessar sua conta de e-mail ou bancária em redes públicas de wi-fi, cybercafés ou na rua. Dê preferência à conexão 4G da rede celular ou ao wi-fi protegido da sua casa ou do seu escritório.

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