Hoje é o dia do meu aniversário. Nasci há exatos 55 anos, ou seja, mesmo que eu viva bastante, já passei da metade do meu tempo aqui na Terra. Sem perceber, acabo fazendo um retrospecto do que já vi, experimentei e vivi. E posso concluir que, felizmente, tive uma vida boa até agora. Algumas doenças e perdas de pessoas queridas deixaram marcas profundas, mas eu sei que elas também fizeram parte do meu crescimento como pessoa. Além disso, as barreiras existem para serem vencidas. Quem nunca sofreu reveses na vida?
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As pessoas, de maneira geral, têm dificuldade em aceitar o próprio envelhecimento. Realmente, a visão que temos em frente ao espelho conforme os anos passam não é das melhores: os cabelos ficam brancos e perdem o viço, a pele flácida, as rugas se destacam, os quilos vão se somando ao corpo, outrora esguio e atlético. A memória também já não é mais a mesma, e teima em falhar quando mais precisamos dela. As costas doem, os pés incham com facilidade, a vista vai enfraquecendo e os óculos se tornam companheiros indispensáveis. Tudo isso acontece, de fato. Pelo menos com quem não quer ou não pode se tornar refém dos bisturis dos cirurgiões plásticos.
Mas nem por isso é preciso dramatizar o envelhecimento. Qual a alternativa que temos? Só não envelhece quem morre cedo, e esta opção ninguém deseja. O negócio é saber viver bem e aproveitar cada fase da vida. O psicanalista Eraldo Melo, ao falar sobre envelhecimento, dá três bons conselhos para quem está no mesmo estágio que eu. O primeiro: “Faça tudo que você puder”. Quando a pessoa fica mais velha, o principal arrependimento é o de não ter aproveitado as oportunidades que surgiram na vida. A gente tem mania de deixar para depois, e muitas vezes esse depois se transforma em nunca.
O segundo conselho: “Não tenha medo de envelhecer”. O medo prende, causando ansiedade e outros sentimentos ruins. Adianta ficar em casa, angustiado, pensando em como vai ser a sua vida quando envelhecer? Ou se desesperar porque a juventude está cada dia mais longe? Melhor viver bem e em paz, consigo e com as pessoas que estão à sua volta. E, por último: “Seja grato”. Tanto as más como as boas experiências trazem aprendizados e têm a sua graça. Buscar a felicidade no dia a dia é essencial, diz o especialista. “No final das contas, o que vai importar é se você se considera uma pessoa feliz. Então, agarre todas as chances de trazer a felicidade para a sua vida, pois assim você vai envelhecer de uma forma mais saudável e harmônica”, diz dele. Concordo plenamente. E que venham os 56, mas sem pressa…
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