Este é um exemplo que merece ser compartilhado. Em julho de 2017, a empresária Luiza Helena Trajano Rodrigues, que comanda a rede de lojas de varejo Magazine Luiza, anunciou a criação de um disque denúncia para funcionárias que estejam em situação de violência doméstica e familiar, após a gerente de uma loja em Campinas ter sido vítima de feminicídio. Poucos meses depois, lançou uma iniciativa interna para reduzir os casos de violência contra a mulher entre suas mais de 11 mil funcionárias. Elas passaram a ter acesso ao Canal da Mulher, um sistema de denúncia – monitorado pela própria Luiza – cuja função é apoiar as funcionárias em situação de violência. Além disso, a companhia montou um comitê interno, composto por pessoas das mais diferentes áreas, tanto da própria empresa quanto de ONGs que trabalham na proteção da mulher, além de profissionais da área do Direito.
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Agora, a rede de lojas está com uma nova ação, desta vez voltada também ao público externo. É a campanha “Em briga de marido e mulher, tem que meter a colher, sim. Ligue 180 e denuncie”. Todas as 860 lojas físicas e o site magalu.com passaram a vender uma colher especial onde está gravado este slogan. O custo unitário é de R$ 1,80 real, uma referência ao Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher para as questões de violência, que recebe ligações gratuitas de qualquer telefone de todo o país.
Todo o dinheiro arrecadado com a venda, ao final da campanha, será revertido para duas entidades, o Instituto Patrícia Galvão, ONG que trabalha pela garantia do direito das mulheres de viver sem violência, e a rede colaborativa Mete a Colher, que funciona por meio de um aplicativo mobile, conectando mulheres vítimas de violência com outras que podem oferecer apoio. “O envolvimento e a contribuição das empresas no enfrentamento da violência contra as mulheres são extremamente importantes. Esse é um problema de todos: das empresas, como o Magazine Luiza, e da sociedade”, diz Jacira Melo, diretora do Instituto Patrícia Galvão.
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