Quem disse que matemática é chato? Muita gente não gosta das ciências exatas porque no tempo de colégio estas disciplinas costumavam ser as mais monótonas. Tinha que decorar e pronto, sem nem entender os fundamentos que estavam por trás daquelas contas todas. Eu era assim, confesso. Quase dormia nas aulas de matemática e, mais tarde, de física. Não via graça nenhuma naqueles números e fórmulas. Hoje penso que se eu tivesse tido professores que soubessem cativar os alunos, tudo poderia ter sido diferente.
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Por isso, fico feliz quando me deparo com iniciativas como o projeto “Que peixe é este? Uma abordagem matemática sobre a pesca da tainha na Ilha”, coordenado pela professora Tarcísia Vicente de Lima e desenvolvido em conjunto com os alunos do 9º ano da Escola Básica Municipal Osmar Cunha, do bairro de Canasvieiras, em Florianópolis. Durante o projeto, os adolescentes realizaram uma visita ao Rancho do Seu Nildo, na Praia Brava, um tradicional reduto pesqueiro da cidade. Os alunos também conversaram e trocaram experiências com o Seu Pirão, um dos maiores entendedores da pesca no Norte da Ilha. Segundo a professora, uma outra figura que chamou a atenção do grupo foi a do olheiro, pessoa que fica das 6 horas da manhã às 6 horas da tarde olhando o mar para observar quando os cardumes de tainhas se aproximam da costa. Ao sinal dos olheiros, os pescadores partem para a captura.
Dentro do projeto, os estudantes trabalharam conteúdos como as porcentagens envolvidas na divisão do pescado e a organização dos dados colhidos em campo em forma de gráficos e tabelas. Estudaram noções de probabilidade e estatística no caso da movimentação dos cardumes. O conhecimento de noções de espaço, plano cartesiano e coordenadas geográficas também foram temas das saídas a campo. “Nossa escola fica em Canasvieiras, onde grande parte dos moradores são pescadores ou descendentes de famílias de pescadores”, diz a professora Tarcísia. Isso faz com que os estudantes tenham uma relação muito próxima com o mar e a pesca artesanal.
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