Fomos fazer a matrícula em um curso de idiomas (primeira promessa de ano novo que estou cumprindo, aprender uma língua nova) e um dos cursos oferecidos me chamou a atenção: inglês para a terceira idade. No folheto de propaganda, ainda dizia “aprenda no seu próprio tempo e ritmo”. Não, eu ainda não estou nesta fase da vida, mas fiquei feliz em saber que aquela escola está preocupada em atender, também, as pessoas mais idosas, que sentem um pouco de dificuldade em acompanhar uma classe de aula mas que, mesmo assim, quer continuar aprendendo e se reciclando.

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A escola sabe, também, que este é um nicho de mercado cada vez maior mais promissor. Assim como as agências de viagem, que não se cansam de oferecer passeios e excursões para as pessoas da dita “melhor idade” (queria saber quem foi que inventou este termo). O fato é que, entre todas as faixas etárias, a dos idosos é a que a mais cresce. Alguns dados mostram bem isso: A população com mais de 60 anos foi inferior a 10% do total de brasileiros durante todo o século XX. Na última década, porém, esse perfil passou por rápidas transformações. De acordo com levantamento do IBGE, entre 2005 e 2015, a proporção de pessoas com mais de 60 anos de idade cresceu em velocidade superior à da média mundial, saindo de 9,8% para 14,3%. Isso significa que dos 207 milhões de brasileiros, mais de 26 milhões estão acima dos 60 anos. A previsão é de que em 2027 essa fatia chegue a 37 milhões de pessoas.

É natural que o mercado fique de olho neste público. Não à toa empresas lançam todos os meses produtos e serviços para atender estes consumidores de mais idade, muitos deles com bom poder aquisitivo e tempo de sobra para desfrutar a vida. Seguidamente, por exemplo, vejo anúncios de aparelhos celulares com números e letras maiores, para facilitar a leitura do visor; cursos para aprender a usar aplicativos e sites, academias de ginástica específicas para a terceira idade, cursos para cuidadores de idosos, suplementos alimentares, equipamentos de segurança para serem instalados em casa e assim por diante. Há um mercado enorme ainda a ser explorado, até porque a longevidade, para ser bem vinda, precisa estar associada à qualidade de vida. É isso o que todo mundo deseja.

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