Sábado de sol, decidimos ir à praia pela manhã, coisa que não fizemos com regularidade em janeiro, por causa do movimento. Escolhemos uma que tem o formato de uma pequena baía, com vegetação, sombra, água calma. Perfeita para uma manhã de relax junto à natureza. Chegamos cedo, ainda tinha pouca gente. Excelente. É bem assim que gostamos. Colocamos nossas cadeiras, ajeitamos as coisas e quando enfim achei que ia relaxar ouvindo o barulhinho do mar começou uma música chata. Mas, como não estava muito alta, relevei. Quando fomos caminhar até as pedras, no costão, vimos que a música vinha de um rádio de um casal de meia idade. Era um ritmo nordestino, forró talvez, mas com tanto chiado que só se ouvia barulho. Como alguém pode gostar disso?
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Voltamos, sentamos. Não deu cinco minutos chegou uma turma de casais jovens, e com tanto lugar na praia se acomodaram bem perto da gente. Mal largaram as sacolas e espicharam as cangas na areia, alguém ligou o som. Não sei que tipo de aparelho era. Só sei que era alto e ruim, para o meu gosto. E aquilo não dava sossego. Meu marido me olhou com cara de quem diz “pelo amor de Deus vamos sair daqui”, e decidimos, então, sentar do outro lado da prainha, perto das pedras da direita. Como o espaço era pequeno, a música dos jovens chegava lá, mas pelo menos em um volume aceitável.
Falávamos sobre esta falta de respeito das pessoas, que não se dão conta _ ou não estão nem aí _ quando escutam música alta em lugares públicos. Já nem falo da qualidade das músicas, porque gosto cada um tem o seu. Mas do volume do som. Ninguém deveria ser obrigado a escutar a música do vizinho, seja em casa, no prédio, na praia, no ônibus ou em qualquer outro lugar. Mas alguém respeita Isso? Muito poucos. Infelizmente, a maioria age como se fosse o dono do pedaço. E os outros que se danem.
Comentávamos sobre isso quando chega uma família imensa, carregada de coisas (inclusive um saco de carvão!), muitas crianças e atrás de todos uma mulher carregando uma pesada caixa de som. E onde eles acamparam? Encostados nas pedras, bem atrás de nós. Quando ligaram o som e começaram a cantar junto uma música medonha, tive que rir. Seria engraçado. Se não fosse trágico. Olhei para o meu marido e disse: Viu só? Nada é tão ruim que não possa piorar.
Então, desistimos da praia. O sol já estava quente demais mesmo. Depois de um almoço no caminho, chegamos em casa, ligamos o ar condicionado (bendito seja quem o inventou! ) e assistimos a um capítulo da nossa série preferida, que está ótima. Isso sim, é o paraíso para quem busca um pouco de sossego num fim de semana de janeiro em Florianópolis. Praia de novo só em fevereiro, mas desta vez seremos precavidos: levaremos fones de ouvido.
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