Estavam todos jantando e contando sobre o seu dia, na escola e no trabalho. Lá pelas tantas, houve um brecha e a pequena Marcela, de seis anos, aproveitou para fazer uma pergunta aos pais.

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_ Por que é que as pessoas ficam peladas pra se beijarem na cama?

Os irmãos mais velhos caíram na risada. O pai e a mãe, que não estavam preparados para aquela pergunta naquele momento, ficaram mudos, sem saber o que responder. Foram pegos de surpresa. Sem outra alternativa, a mãe respondeu que mais tarde as duas conversariam sobre aquilo, e em seguida mudou de assunto.

Crianças são assim mesmo, saem com umas perguntas cabulosas, nos momentos mais inesperados, e nem sempre estaremos preparados para responder na hora as curiosidades dos pequenos. Mas também não dá para simplesmente ignorar a curiosidade das crianças. Em algum momento estas questões sobre sexo vão surgir, ainda mais que somos bombardeados diariamente com informações e imagens de apelo sexual. Qualquer criança que passe algum tempo na frente da televisão verá um casal na cama e, como disse Marcela, beijando-se sem roupas. Ela apenas reproduziu o que viu.

Como agir, então? O que responder? Estas perguntas com certeza martelam da cabeça da maioria dos pais. Se conversa sobre sexo com a criança, há o receio de despertá-la muito cedo para questões de sexualidade. Se deixa o assunto para mais tarde, vem o medo de que ela aprenda na rua o que não aprendeu em casa. Há também aqueles que preferem deixar para a escola a tarefa de educar sexualmente os filhos, ignorando que esta responsabilidade principal é da família. Uma alternativa, sugere a psicopedapoga clínica Quézia Bombonato, é procurar livrinhos que falem sobre o tema, com uma linguagem apropriada para as crianças. Também é legal aproveitar a hora de um banho comentar uma coisa ou outra. “Sempre de uma forma muito leve. A conversa tem de ser breve, dependendo muito da maturidade de cada criança e seu grau de compreensão”, alerta. A criança deve ser orientada à medida que vai questionando.

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A especialista afirma que a educação sexual é fundamental. E é preciso dedicação para introduzi-la adequadamente no universo infantil. Cabe aos pais, antes de qualquer outro, lhes fornecer informações corretas, para que possam, mais tarde, usufruir a sua sexualidade de uma maneira segura e confiante.