É um grande prazer poder comentar aqui neste espaço sobre o programa educativo para adolescentes em situação de vulnerabilidade social que iniciou esta semana na Academia de Polícia Civil (Acadepol), em Florianópolis. É um programa piloto que, se der certo e trouxer bons resultados _ o que eu não tenho a menor dúvida de que irá acontecer _ deverá ser estendido para outras regiões de Santa Catarina.

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Por meio de uma parceria envolvendo também a prefeitura de Florianópolis e o Instituto Padre Wilson Groh, 30 adolescentes entre 13 e 17 anos do Norte da Ilha de Santa Catarina estão participando de oficinas e atividades interdisciplinares, no contra turno escolar, quatro dias por semana, durante dois meses . Nestes primeiros dias eles fizeram tours pela Acadepol e conheceram um pouco das atividades policiais, como o trabalho com os cães farejadores. Cada dia haverá uma atividade diferente, que começa e termina com uma roda de conversa. Os participantes foram selecionados pelos integrantes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Norte da Ilha.

Nas segundas, as ações são ministradas pela Polícia Civil: defesa pessoal e atividades físicas. Na terça, oficinas preparatórias para o mercado de trabalho, pelo CIEE. Nas quartas, aulas de informática aplicadas por policiais civis. E nas sextas, noções de ética, cultura e saúde, por integrantes do Instituto Vilson Groh. Muito bacana esta iniciativa de aproximar a polícia dos jovens da comunidade. Como diz o secretário da Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, o trabalho da Segurança Pública não deve ser apenas o de contenção da criminalidade, mas também pensar nas gerações futuras. “Nós precisamos de projetos como este para que não tenhamos tanto que empregar a polícia e sim, apostar na educação, na inclusão e na geração de oportunidades” afirma. E está certíssimo.

A coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso, Patricia Zimmermann D’Ávila, diz que a proposta é chamar a atenção dos adolescentes para que algo positivo e motivador os atraia no contraturno escolar. Muitas vezes o jovem estuda um turno e o restante do dia fica “zanzando” pela rua, sem ter qualquer atividade para preencher o tempo (e principalmente a cabeça). Para a secretária de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Romanna Remor, essa é a verdadeira assistência social, no exato sentido da palavra. Na segunda-feira, dia de estreia do programa, a mãe de um dos adolescentes resumiu o sentimento das famílias com esta iniciativa: “Meu filho fugia da escola e ficava por aí na praia. Eu tinha que sair do serviço para procurar por ele. Agora temos esse projeto que olha por nós, e fico muito mais tranquila”.

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