Às vezes eu acho que a nossa sociedade está doente mesmo, e precisando se tratar com urgência. A última polêmica nas redes sociais e sites de fofoca sobre celebridades, pasmem, é sobre os seios da atriz Bruna Marquezine. E tudo porque a moça, de 22 anos, decidiu participar de um bloco carnavalesco no Rio de Janeiro usando um pequeno sutiã, que deixava aparecer parte dos seus seios. Mas o problema não teve nada a ver com moralismo, mas sim com o fato da Bruna OUSAR sair por aí mostrando os seios como eles são de verdade, sem nunca ter colocado próteses de silicone.

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A moça tem seios pequenos, e uma parte dos internautas diz que, além de pouco volumosos, também apresentam uma certa flacidez. E aí eu pergunto: e daí? Quem tem alguma coisa a ver com isso? Parece mentira, mas mais de dois milhões de palpiteiros se dividiram entre os “a favor” e “os contra” a atriz expor, num biquíni, seios que não passaram pelas mãos de nenhum cirurgião plástico. “Com o dinheiro que ela tem, deveria colocar silicone”, disseram vários, como se turbinar as mamas fosse uma obrigação de quem tem grana, e não uma questão de gosto pessoal. Bruna Marquezine é uma menina bonita, vaidosa, e, pelo que vejo agora, autêntica. Ela está feliz com o corpo que tem, senão, com certeza não iria desfilar com pouca roupa, e já teria passado por cirurgias e plásticas, já que dinheiro não lhe falta.

Duas coisas me assustam em episódios como este. A primeira é este culto exagerado à “beleza” e ao tal “corpo perfeito”. O que mais se vê por aí são pessoas _ especialmente mulheres _ com o corpo tão siliconado e o rosto tão botocado que mais parecem bonecas infláveis (feias) ou personagens de filmes de terror. Inflam bochechas, olhos, testas, colocam silicone nos seios, bumbuns, coxas, panturrilhas… E, o que é pior: todo mundo vê que aquilo tudo é falso. Mas, tudo bem, cada um sabe de si, e se a pessoa está feliz assim, está tudo certo.

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O que causa espanto é que boa parte dos comentários maldosos contra os seios naturais da Bruza Marquezine partiram de outras mulheres. Numa época em que tanto se fala sobre empoderamento feminino, em liberdade para ser o que se é, e em respeitar as diferenças, é triste ainda ter que ler comentários do tipo “Credo, que peito caído. 22 aninhos só, vai correndo fazer uma cirurgia. #siliconeneles”, escrito por uma outra mulher. Isso só me dá a certeza de que ainda temos muito o que evoluir. E também que existe um bando de invejosas soltas por aí.