Na rua onde meus pais moram há um desfile diário, pela manhã e no final da tarde, de idosos com seus bichinhos de estimação. Eles param na calçada para conversar com os vizinhos, aproveitam para pegar um solzinho, exercitam as pernas e socializam. Na maioria, são pessoas já de bastante idade que têm nos seus animaizinhos uma grande companhia e uma bela distração. “Eu andava muito depressiva, não queria mais sair de casa nem conversar com ninguém. Ficava só assistindo televisão”, me contou, certo dia, dona Maria. Ela tem 77 anos, e no último Natal ganhou de presente de uma sobrinha um cachorrinho chamado Alfredo. Desde então, fica com pena de deixá-lo trancado em casa o dia todo. Sai para passear com ele duas ou três vezes por dia. Reencontrou os amigos do bairro, e, pelo jeito, está reencontrando também o gosto pela vida. E tudo isso graças à chegada de Alfredo.

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Muitos estudos indicam que os animais de estimação podem trazer diversos benefícios para os humanos. Na terceira idade, porém, as vantagens de conviver com um pet são ainda maiores. A falta de uma ocupação diária e muitas vezes a solidão faz com que os idosos não se sintam motivados a se exercitar, manter os cuidados com a casa e fortalecer os vínculos sociais. A responsabilidade de cuidar de um animalzinho e a companhia que ele traz tem se mostrado como um ótimo remédio, ou ao menos uma ótima companhia para tantos avós e avôs. O humor também melhora consideravelmente. Brincar e rir com o bichinho deixa a pessoa leve, menos preocupada e mais feliz.

Uma pesquisa publicada pelo Centro Nacional de Informação em Biotecnologia (EUA) comprovou que os idosos que têm um animal de estimação apresentam maior bem-estar psicológico e físico. Além disso, dois terços das pessoas na terceira idade consideraram os animais como seus "melhores amigos" e "uma razão para se levantar de manhã". Eles também relatam que até a saúde melhorou depois da chegada do animal, já que eles são obrigados a se exercitarem (no caso dos que têm cães). Vivem mais felizes e com menos dores. Mas qual pet escolher? Existem muitos animais de estimação, mas alguns são mais indicados do que outros. É importante escolher baseado nas capacidades e costumes. Não adianta, por exemplo, adotar um cachorro se não pode levá-lo para sair. Para escolher certo, o melhor sempre é aconselhar-se com quem entende do assunto.

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