Mariana tem um bebê de quatro meses. Daqui a pouco terá que voltar ao trabalho, e já está muito angustiada com a fatídica questão que martela a cabeça de todos as mães e pais nesta época: onde a criança vai ficar enquanto nós trabalhamos? A psicóloga e educadora emocional Denise Franco diz que essa decisão não pode ser unilateral. "O mais sensato é conversar em família e encontrar a opção que traga mais conforto a todos os envolvidos. A decisão em conjunto é importante inclusive para diminuir as culpas dessa transição para os pais", afirma. E realmente é isso o que acontece, especialmente com as mulheres, que acabam se sentindo culpadas por não poderem mais disponibilizar 24 horas do seu dia para o filhote.

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Algumas vezes, alguém com vínculo de confiança familiar é uma boa opção, mas nem sempre isso é possível. Quanto à decisão de deixar a criança na creche ou na escola, diz a educadora emocional, esta pode ser uma boa opção (ou a única), mas ela alerta que a instituição deve seguir os mesmos parâmetros, sempre alinhados com a filosofia de educação da família. Hoje é normal que tanto o pai quanto a mãe trabalhem fora, até mesmo para que o sustento da família seja garantido, além de ser importante para a satisfação pessoal de ambos. Mas, para que possam sair de casa seguros e confiantes de que o filho ficará bem, é preciso planejar com cuidado essa transição.

Denise Franco ressalta que o mais importante de tudo é a construção de vínculos fortes entre pais e filhos. "Se os pais não podem oferecer o dia todo ao lado dos filhos, que ofereçam um tempo de qualidade ao lado deles, sentando à mesa do jantar, brincando no chão e contando histórias", destaca. Para a educadora, os pais devem refletir sobre a necessidade de viver o momento presente com seus filhos. "No futuro, nada vai compensar a frustração de não ter firmado laços de amor, respeito e cumplicidade, e esses laços são construídos na infância", alerta.