Continua repercutindo nas redes sociais o comovente video em que aparece o Papai Noel de um shopping de São José deitado no chão, ao lado de um adolescente. A cena aconteceu dia 6 de dezembro, quando a mãe do garoto, Jussania Maria Tholl, compartilhou em seu perfil no Facebook fotos de seu filho Vítor. O garoto é autista, e apesar de todos os anos ir visitar o Papai Noel no shopping, desta vez ele não quis sentar ao seu lado. Preferiu deitar-se no chão. O Bom Velhinho _ o mesmo de anos anteriores neste mesmo local _ não pensou duas vezes: também deitou-se no chão, criando imediatamente uma linda conexão com o menino. “Esse é o Papai Noel mais lindo que eu já conheci… mais fofo do que esse não existe”, escreveu a mãe, emocionada.
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Jussania postou a foto no Facebook e se surpreendeu com a repercussão positiva das pessoas. Já foram mais de 50 mil curtidas. O Papai Noel chama-se João Prim e há quatro anos veste-se de vermelho para encantar crianças e adultos na época de Natal. Com seu gesto de empatia pelo jovem autista, transformou-se em um pop star na internet da noite para o dia. A empatia, aliás, é uma palavrinha que está na moda. Mas você sabe o que ela significa? Geralmente é definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro, de perceber o estado ou a condição de outra pessoa e, por meio dessa habilidade, conseguir sentir a mesma emoção.
Mas, nos últimos anos, a neurociência tem evidenciado que a empatia vai muito além da capacidade de se colocar no lugar do outro. Segundo a neuropsicóloga Thaís Quaranta, a primeira questão envolvida na empatia é entender que o outro é um ser independente de nós, como suas particularidades e diferenças. Assim, a empatia é quando imaginamos como seria estar no lugar do outro, compartilhamos seus sentimentos, mas permanecemos conscientes de que não é a nossa própria experiência. Isso significa que ser empático não é imaginar o que você faria se estivesse no lugar do outro, mas sim entender e aceitar o outro da maneira que ele é.
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A empatia depende de uma outra habilidade: a tolerância, diz Thaís. Aceitar as diferenças em todos os sentidos é ser empático. Precisamos levar em consideração o contexto de vida das outras pessoas, seus valores, suas crenças, sua personalidade, suas opiniões e saber interpretar corretamente cada situação, e sem a tolerância isso não ocorre. Ela explica também que a infância é uma fase crucial para desenvolver habilidades empáticas. “A criança deve ser ensinada a se importar com os sentimentos dos outros desde pequena. Por exemplo, se ela bate ou morde o amiguinho, é mais adequado dizer que o colega está triste porque doeu, porque lhe machucou, do que simplesmente obrigar a criança a pedir desculpas. Pedir desculpas apenas por pedir não ajuda a criança a reconhecer ou a se colocar no lugar do outro”, recomenda. Porém, sempre é tempo de desenvolver a empatia. Ela abre portas para nossos relacionamentos em todos os âmbitos, como o familiar, o amoroso, o profissional e o social.