Combater violência com mais violência nunca deu um resultado muito efetivo, basta ver o que acontece no Brasil. A sociedade atual está a exigir mudanças nas instituições, na forma de agir, sem, é claro, abandonar a missão de proteger a população. Na Polícia Civil de Santa Catarina vem acontecendo uma profunda reflexão a cerca do papel que exerce. A proposta é não apenas reprimir a violência, mas mostrar para as comunidades mais vulneráveis, por exemplo, que o tráfico não é a única opção.
Continua depois da publicidade
Na Acadepol (academia da polícia, no Norte da Ilha, em Florianópolis), todos os dias 30 adolescentes da região passam a tarde aprendendo defesa pessoal, rapel, grafite, hip-hop, informática e noções do mundo do trabalho. “Disciplinas” ministradas por policiais civis e outros colaboradores que não tentam impor uma cultura, mas trabalhar valores a partir das manifestações culturais dos próprios jovens, que têm entre 13 e 17 anos e foram selecionados pelo CRAS de Canasvieiras. Os policiais vão nas casas da comunidade conversar com as famílias sobre o projeto social, entregam gibis, participam de campanhas do agasalho, enfim, tentam conhecer melhor e saber como vivem as pessoas dos locais onde atuam.
Outra ação que começa a ganhar corpo no interior do Estado é a participação de policiais civis nas escolas para conversar com os alunos sobre o uso de drogas _ tema importantíssimo e que tem tido excelente repercussão, especialmente nas cidades pequenas onde o crack está chegando (ou já chegou). Também é importante destacar o projeto “PC por Elas”. Os policiais vão nas escolas debater o enfrentamento da violência, especialmente contra as mulheres e idosos. A Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Joinville promove encontros não só com as vítimas de violência, mas também com os agressores (determinado pela Justiça, ou seja, eles têm que participar). Em Balneário Camboriú, a DPCAMI está usando a constelação familiar (um método recente de psicoterapia) para identificar a origem do comportamento agressivo.
Em Joinville, a delegada regional Tânia Harada está organizando junto com os protetores de animais uma “Cãominhada” para o dia 14 deste mês. O dinheiro arrecadado no evento será utilizado para pagar tratamento para os animais. Outra ação comunitária foi desenvolvida em Joinville no último sábado, quando a Polícia Civil levou crianças em vulnerabilidade social do Jardim Paraíso para um passeio, com direito a circo e outras diversões (fotos).
Continua depois da publicidade