Junho não é só o mês verde-amarelo em homenagem à Copa do Mundo. É também o mês vermelho, em que se celebra a importância da doação de sangue, ato simples e que é capaz de salvar milhares de vidas, no mundo inteiro. Com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da doação, o Centro de Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) lançou a campanha Um mês que vale por muitas vidas. “O sangue é um produto sem substituto, nós não conseguimos comprá-lo e dependemos exclusivamente da generosidade de um ser humano para com o outro“, explica Patrícia Carsten, gerente técnica do Hemosc. Mais do que um ato de solidariedade, é uma forma de transformar a vida de quem precisa. Uma única doação, que retira em torno de 450 ml de sangue do doador, pode salvar diversas pessoas. O ato é 100% seguro para o doador e exige um rígido controle de qualidade do sangue recebido.
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Muita gente ainda tem dúvidas e por isso acaba deixando de doar. Para aqueles que querem apenas saber como funciona, é possível ir até o Hemosc conhecer o processo, sem realizar a doação num primeiro momento. Mulheres podem doar a cada 90 dias, não ultrapassando três doações por ano. Homens a cada 60 dias, não ultrapassando quatro doações ao ano.
O doador número 1 no Brasil
Para o nosso orgulho, o maior doador de sangue do Brasil mora em Florianópolis desde 1996 (ele é carioca) e começou a doar sangue em 1989. Este mês, Luís Cláudio Soares Rodrigues, 48 anos, militar da Aeronáutica, completa incríveis 202 doações. Imaginem só quantas vidas ele já ajudou a salvar. Ele conta que foi por meio de uma campanha na televisão que ficou sabendo da necessidade que existia de doação de sangue, para repor os estoques dos hospitais, e na hora já se sentiu motivado a colaborar. “A partir daquele momento não parei mais, e já se foram quase 30 anos de doação de sangue e plaquetas”, conta Rodrigues.
No primeiro semestre de 2018, o Hemosc já registrou um crescimento no número de candidatos a doadores, com 70.498 pessoas até o dia 11 de junho. Esse total se refere aos que estiveram no local, independente de passarem ou não na triagem. Durante todo o ano de 2017 foram 142.365 pessoas. Já em doações efetivas, até 11 de junho deste ano foram 58.445 pessoas. Durante 2017, foram 117.776 doadores em Santa Catarina. Os estoques possuem prazo de validade e, por isso, é tão importante que os doadores voltem ao Hemocentro após o intervalo necessário para doação.
O sangue quando doado é dividido em diferentes componentes, como hemácias, plaquetas e plasma (entre outros), para atender a diversas solicitações médicas e são distribuídos para hospitais e clínicas. Todos os dias, às 5h, os estoques de sangue são atualizados no site do Hemosc, de acordo com o tipo sanguíneo. “Nós precisamos de sangue o tempo todo. Se você tiver alguma dúvida se questione: e se fosse eu? Sempre há pacientes nos hospitais precisando de transfusão de sangue. Esse paciente poderia ser você ou alguém da sua família”, enfatiza a gerente técnica do Hemosc.
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Todos os candidatos a doadores de sangue passam por uma triagem clínica, na qual é fundamental contar sobre seus problemas de saúde. Tudo o que a pessoa disser será mantido em sigilo e é imprescindível dizer a verdade, para que a doação não prejudique as pessoas que receberão este sangue. Para doar é preciso ter idade entre 18 e 69 anos e estar em boas condições de saúde. É necessário pesar mais de 50 quilos, ter repousado bem na noite antes da doação, evitar jejum (fazer refeições leves e não gordurosas nas 4 horas que antecedem a doação) e também o uso de bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores. Doadores com idade de 16 e 17 anos são aceitos desde que tenham a presença e autorização formal dos pais ou responsável legal. É imprescindível a apresentação de documento de identidade, com foto, emitido por órgão oficial.