Neste Carnaval preferimos dar um tempo na folia para curtir os amigos mais próximos, num fim de semana intimista, regado a carteado, churrasco e muito bate-papo. Quando voltávamos, eu vinha pensando no caminho como é bom (e importante) ter amigos. Não só para dar risada _ encontrar parceiros para curtir as horas felizes é a coisa mais fácil que existe _ mas, principalmente, para compartilhar os momentos mais difíceis. Um dos amigos está enfrentando um tratamento pesado de quimioterapia, e tudo o que podemos fazer por ele neste momento é estar junto, demostrando solidariedade e ajudando-o a passar por esta fase de uma maneira um pouco mais leve e alegre. Esse é o sentido da amizade.
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Mas por que estou falando disso hoje? É que nesta quarta-feira de cinzas comemora-se o Dia da Amizade. A iniciativa de instituir essa data partiu da necessidade de cultivar as relações humanas como forma de construir um mundo melhor. Segundo a psicóloga Aline Melo, existem várias pesquisas relacionadas aos benefícios da amizade em nossas vidas. Muitas apontam inclusive a uma maior longevidade. “No momento em que se dividem experiências com algum amigo, há uma troca de sentimentos e confiança, capazes de gerar otimismo e alegria”, explica Aline, acrescentando que toda a relação social é importante, mas que existem diferenças entre amigos e colegas.
A amizade é uma relação mais profunda e que geralmente você escolhe, seja por afinidades ou experiências, e pode se manter independente do tempo ou distância, diz a psicóloga. Já o coleguismo normalmente acontece com as pessoas que convivem no trabalho, curso, academia, e outros locais que se frequenta. Esta costuma ser uma relação harmoniosa, porém não chega a formar laços fortes e duradouros. No entanto, nada impede que um colega possa se tornar amigo com o passar do tempo. É comum que caminhos e escolhas diferentes acabem distanciando as pessoas, mas quando envolve uma amizade verdadeira, o carinho e a proximidade estarão sempre presentes, mesmo que separadas geograficamente.
Segundo Aline, as amizades têm papéis diferentes de acordo com a fase da vida. Na infância, é voltada em aprender com o outro. Na relação com os amiguinhos, começamos a fazer um reconhecimento de nossa identidade e personalidade fora da proteção e cautela dos pais. Na adolescência, os jovens buscam pertencer a um grupo, é uma forma de identificação com o outro depois que a personalidade já está formada. Na fase adulta, continuamos buscando essa identificação, mas em situações diversas, como afinidades profissionais ou maternidade. Para os idosos, o contato com amigos ajuda muito no enfrentamento das mudanças desta fase, além do desejo de compartilhar experiências. Só sei que, seja em que fase da vida for, amigo é tudo de bom.
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