Às vezes assisto na tevê a um daqueles programas em que uma babá (daquelas que impõe respeito) é chamada pelos pais para ajudar a educar seus filhos rebeldes, alguns umas verdadeiras pestinhas, e sempre penso a mesma coisa: uma boa parte da culpa é dos próprios pais, já que é a eles que caberia educar as crianças, desde o início. Eles só estão colhendo o que plantaram. Dificuldades para dormir, choro para tomar banho e comer, dificuldade em ouvir um "não", não querer ir à escola… Todas estas birras são consequência da falta de limite na vida da criança, diz a psicóloga infantil e familiar Carol Braga. Concordo inteiramente com ela.

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A especialista afirma que o limite é essencial na vida dos filhos, pois é a base para o desenvolvimento infantil saudável e também para a instituição de valores que nortearão a vida adulta deles. “Limite, neste caso, é mostrar até onde a criança pode ir, fazer ou acontecer”, diz. O problema é que alguns pais encontram dificuldades em dizer não para as crianças. E porque isso acontece? Na maioria das vezes, por terem um sentimento de culpa (“eu fico pouco tempo com ela, então quando estamos juntos deixo que faça o que quiser”) ou então porque o adulto não quer "ter trabalho" e cede aos caprichos do pequeno, por uma questão de comodismo.

Carol Braga ressalta que é muito fácil fazer uma criança parar de chorar ou de fazer birra dando-lhe aquilo que ela quer. Porém, o esforço de impor limites é essencial para o crescimento dos filhos. A vida "lá fora" é diferente, nem sempre o indivíduo terá tudo o que quer, e não vai adiantar nada chorar ou fazer birra. Portanto é fundamental que a criança aprenda a lidar desde cedo com as (pequenas) frustrações do dia a dia. Ela vai espernear, sentir raiva, talvez até destratar o pai e a mãe, mas é preciso ser firme e manter a palavra. Se é não, é não mesmo. “Seja qual for o desafio, o importante é não desistir”, reitera a psicóloga, cuja principal especialidade é a implantação de rotinas no ambiente familiar, lidando com crianças e ensinando aos pais o papel da disciplina com amor e limites

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