Cuidado com os movimentos repetitivos
Mais um amigo, desta vez um bancário, está afastado do trabalho por apresentar LER – lesão por esforço repetitivo. Conheço professores, jornalistas, escritores e operários que trabalham em linhas de produção com o mesmo problema. A LER está relacionada com a atividade exercida e, em alguns casos, pode ser caracterizada como doença ocupacional. O problema instala-se lentamente no organismo e muitas vezes só é percebido quando há um grave comprometimento da área afetada. Trata-se de um grupo de doenças que afeta principalmente os músculos, nervos e tendões. As consequências incluem irritações e inflamações em razão da sobrecarga do sistema musculoesquelético.
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Mas quais as causas da LER? São várias: Postura inadequada por um longo período de tempo, atividades de trabalho que exijam força excessiva com as mãos; atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores; ritmo intenso de trabalho; mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado; esforço físico; trabalho muscular estático; choques e impactos; execução da mesma tarefa por tempo prolongado; pressão mecânica sobre algumas regiões do corpo; pressão no ambiente de trabalho; e até mesmo cobrança por produtividade.
O médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann explica que o primeiro sintoma da LER é a dor seguida de formigamento, dormência, insensibilidade ou falta de força para segurar objetos. Em estágios avançados, diz dele, as inflamações podem evoluir para um processo degenerativo que afeta nervos e vasos sanguíneos de maneira prejudicial, o que pode causar deformidades como cistos, inchaços e perda de força. Além disso, a dor pode se tornar insuportável e tarefas simples de rotina, difíceis ou impraticáveis.
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Entre as principais doenças causadas pelo esforço repetitivo estão a tendinite, a síndrome do túnel do carpo, as tenossinovites, bursites, mialgias e a síndrome do pronador redondo. Reichmann orienta que, caso o trabalho exija movimentos repetitivos e o profissional apresenta sinais de LER, é momento de procurar o médico da empresa ou um ortopedista para avaliar o caso. As chances de recuperação são bem maiores quando o problema é tratado em estágios iniciais. O cuidado com a ergonomia e a prática regular de exercícios físicos também são fatores importantes para prevenir e minimizar problemas desta natureza, diz o médico.