Martha é paranaense, mas como ela mesmo conta, se muda de “mala e cuia” para Florianópolis com os filhos nos meses de verão, onde mantém uma casa numa das praias do Norte da Ilha. Ela mandou um e-mail à coluna, cujos trechos reproduzo aqui por acreditar que o que ela diz interessa a todos. “No último final de semana estávamos na beira da praia, e meus filhos e netos decidiram comprar alguns petiscos, já que se aproximava da hora do almoço e todos estavam com fome. Compramos milho, queijo coalho, suco e sanduíche natural, de diferentes ambulantes. Tudo parecia muito bem acondicionado, limpo e fresco. O gosto também estava bom. Por volta das duas da tarde, quando saíamos de praia, começaram os enjôos, dores de barriga e náuseas. Passamos o final de semana doentes, por causa de uma intoxicação alimentar. Nada de mais grave aconteceu, especialmente porque as duas pessoas mais suscetíveis a doenças, minha mãe de 90 anos e minha netinha de um ano, não comeram nenhum dos produtos comprados na areia. Ainda bem.”
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A veranista diz que resolveu escrever para alertar as pessoas de que nem sempre o fato do alimento parecer limpo e fresco significa que ele não está contaminado. É preciso muito cuidado com o que se consome, especialmente na praia, por causa do calor. A Vigilância Epidemiológica da Secretaria do Estado de Saúde esclarece que os casos de virose e intoxicação tendem realmente a crescer neste período, em função do aumento do consumo de alimentos e bebidas contaminados ou conservados de maneira inadequada, e também pelo contato com água imprópria para banho, aliado a um aumento na circulação de vírus, bactérias e parasitas que causam doenças.
A enfermeira Vanessa Vieira da Silva, da Secretaria, orienta: “Os principais cuidados que se deve tomar é manter os alimentos sempre bem refrigerados e não consumir os de procedência duvidosa. Quando vamos para a praia precisamos estar atentos, principalmente para sacolés, raspadinhas e sucos, pois é difícil saber se a água utilizada é potável, por exemplo”. Nos últimos quatro anos, Santa Catarina notificou 242 surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (TDAs), com 5.661 doentes, sendo que 818 necessitaram de hospitalização. Os sintomas de intoxicação alimentar, em geral, são náuseas, fraqueza, dor abdominal e palidez. O maior risco é a desidratação decorrente de uma possível diarreia ou vômito. Por isso, é importante ingerir líquidos, especialmente água filtrada e, assim que possível, procurar um médico.
Uma dica então, principalmente para quem tem crianças, é levar água potável e alimentos de casa para a beira da praia, sempre bem acondicionados, de preferência em embalagens térmicas. Se for consumir produtos de ambulantes, prefira sempre aqueles que têm licença da prefeitura e que, por isso, pelo menos na teoria passam por fiscalização.
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