Durante muitos anos a socióloga Mônica Joesting Siedler, especialista em Gerontologia pelo NETI/UFSC e mestre em Enfermagem pela mesma universidade, coordenou naquela instituição o curso Cinedebate em Gerontologia. O objetivo do projeto é trabalhar a integração social de pessoas com mais de 50 anos através da discussão de filmes (assistidos em aula pelo grupo) que tenham esta temática, servindo como meio motivador para abordar as experiências de vida de cada um. Ela utiliza o cinema para desenvolver o espírito crítico e facilitar o relacionamento entre as pessoas que estão em processo de envelhecimento. Os filmes projetados são de várias nacionalidades, mostrando culturas diferentes, mas que tocam profundamente por possibilitarem que os participantes descubram em si os sentimentos que são expressos na tela.
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Desde dezembro, porém, a socióloga partiu para um voo solo. Procurou assistência do Sebrae e, aos 62 anos de idade, transformou-se em uma empreendedora. Criou o seu próprio curso de cinedebate, voltado ao mesmo público (de cinquentões para cima), e os mesmos objetivos. Só que agora sendo ela própria a responsável por todo o programa. Os encontros semanais iniciaram neste mês, com três turmas já formadas. Uma delas para quem está iniciando na metodologia e outras duas formadas por alunos que já faziam parte do programa na UFSC e que agora querem dar continuidade. As reuniões acontecem sempre pela manhã, cada turma em um dia diferente da semana, em Florianópolis.
Mônica acredita que os filmes têm a capacidade de mobilizar o ser humano de forma efetiva pela imagem, música e temática do enredo. Essa mobilização promove, facilita e reforça reflexões posteriores quando encontra eco em reuniões grupais, para discutir eventos da vida que o filme sugere, contribuindo para o desenvolvimento da compreensão, tolerância, respeito mútuo, solidariedade e cooperação, na busca por soluções de problemas do cotidiano. A relação estabelecida entre os espectadores e o filme é educativa; e como formação cultural e educacional ver filmes é tão importante como a leitura de obras literárias. “O Cinedebate favorece o idoso a aguçar a percepção, reflexão, retenção e reelaboração de conceitos abordados nos filmes, articulando-os com o seu próprio processo de vida, com vistas a um envelhecimento saudável”, explica a especialista.
A aluna e pedagoga Vanilúcia Espíndola diz que ver filmes de qualidade e poder discuti-los, debatendo temas ligados ao envelhecimento com os colegas, tem sido muito gratificante todas as semanas. Já a bancária Regina Dimarcantonio Sousa, que há um ano participa do Cinedebate, ressalta que o curso a faz refletir e se preparar melhor para a velhice, trazendo muito aprendizado. Ainda há vagas nas turmas. Mais informações com a gerontóloga pelo e-mail mojoesi@gmail.com ou whatsapp 984696165.
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