Nunca se falou tanto em ansiedade crônica e depressão quanto nos últimos anos. Mas por que será que tantos jovens são diagnosticados com estas doenças? Não lembro de, na minha juventude, ter conhecido adolescentes e jovens adultos com depressão. Será que ela não existia, não era diagnosticada ou simplesmente era um assunto tabu e ninguém comentava a respeito?
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O psicólogo clínico Bayard Galvão afirma que nossas crianças e adolescentes têm sido vítimas do que chama de uma “educação perigosa”. E os resultados disso são assustadores: criamos pessoas com dificuldade de disciplina, baixa capacidade de aguentar frustração, individualismo exagerado, vitimização constante e, por tudo isso, um aumento dos quadros de depressão e variações de transtornos de ansiedade. Entre as diversas atitudes condenáveis tomadas pelos pais diariamente, Galvão destaca o excesso de proteção, o excesso de elogio, a pouca crítica e a pouca exigência.
Explicando melhor: Quando se protege demais o filho, ele não descobre suas próprias faltas e forças, tornando-se inseguro para se defender das dificuldades da vida, ficando dependente de alguém para resolver seus problemas. O excesso de elogio pode transformar esta criança ou adolescente em uma pessoa arrogante, sem humildade para reconhecer as próprias faltas e falhas, achando-se sempre melhor do que os outros. O mesmo acontece quando os pais nunca criticam nada no filho. Não mostrar onde a criança está errando não a ensina a perceber que pode não ser perfeita, mas que mesmo assim é amada. “Até porque seremos mais criticados do que elogiados durante a vida, e não estar preparado para isso é uma perigosa falta”, diz o psicólogo.
Por último, é preciso exigir dos filhos que façam a sua parte. Diz Galvão: Quem estiver acostumado a ficar deitado e receber tudo nas mãos, tenderá a ter preguiça de perseguir os seus objetivos, como ser um profissional de mérito, um bom pai, uma boa amiga ou até mesmo manter a saúde em dia. A conclusão? Elogiar e criticar o filho na medida do razoável, e deixando claro para ele as suas virtudes, mas propondo disciplina e esforço.
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