Uma mulher limpava uma vidraça em um consultório localizado no 5º andar de um prédio comercial quando se desequilibrou e caiu. A sorte é que o toldo da loja do térreo amorteceu bastante a sua queda. Mesmo assim, ficou paraplégica. Um homem perdeu um braço em uma máquina de cortar papel. Outro ficou praticamente cego de um olho quando uma fagulha atingiu sua vista durante uma solda industrial. Estas três pessoas têm uma história em comum: todas foram vítimas de acidentes de trabalho, uma realidade infelizmente muito comum no Brasil. O pior é saber que a maioria destes ferimentos e amputações poderia ter sido evitada, se eles estivessem usando adequadamente todos os equipamentos de segurança previstos na lei.

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Os números são estarrecedores. Dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho mostram que entre 2012 e 2017 foram notificados cerca de quatro milhões de acidentes de trabalho, sendo que só no ano passado a Previdência Social gastou mais de 26 bilhões de reais com benefícios acidentários. Além disso, foram perdidos 305.299.902 dias de trabalho com afastamentos previdenciários.

Na busca de prevenção e conscientização de empregadores e colaboradores por melhores condições de trabalho e de saúde do trabalhador, o Ministério Público do Trabalho (MPT) está lançando a campanha Abril Verde, com extensa programação em todo o país. Em Santa Carina as ações começam nesta terça, 3, quando serão apresentados à sociedade os atuais números dos acidentes do trabalho no Estado. Também será inaugurada uma exposição com fotos de atividades e situações que provocam a maioria dos casos de acidentes laborais. A exposição fica até 15 deste mês no hall de entrada da Procuradoria Regional do Trabalho e no dia seguinte segue para a Assembleia Legislativa, onde acontecerão outras atividades relacionadas ao Abril Verde.

Aqui no Estado, 108 empresas, sindicatos e instituições governamentais e não governamentais já firmaram parceria com o Programa do Trabalho Seguro. Estas entidades se comprometem a promover ações, seminários, treinamentos e disseminar boas práticas para conscientizar trabalhadores e administradores sobre as consequências que os acidentes de trabalho podem causar a todos os envolvidos, inclusive aos familiares e à sociedade. Já é um bom começo.

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