Manter o padrão de vida após a aposentadoria é o desejo da maioria dos brasileiros, mas muitas pessoas não se preparam para essa fase. Para uma velhice tranquila, sem apertos financeiros importantes, dizem os economistas, é necessário muitas vezes abrir mão de gastos supérfluos ou de algum sonho de consumo, o que pouca gente está disposta a fazer. É o que revela pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O ideal é que a pessoa complemente a contribuição feita ao INSS com outro tipo de reserva financeira, desde o início da vida profissional, pois assim conseguirá diluir a quantia ao longo do tempo. Esta é a melhor maneira de ter um valor suficiente para se manter quando deixar o mercado de trabalho. “Quanto mais alto for o padrão de vida desejado, maior deve ser o valor mensal a ser poupado”, orienta o educador financeiro do SPC Brasil e do Portal Meu Bolso Feliz,José Vignoli.

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O levantamento apontou que 88% dos entrevistados que se preparam ativamente para a aposentadoria afirmam fazer adaptações no orçamento para garantir que a reserva seja suficiente. As principais medidas adotadas incluem redução de saídas a bares e restaurantes (49%), compra de itens supérfluos em supermercados (46%) e gastos com viagens (40%). Outro dado que chama a atenção é o fato de 21% reduzirem gastos com plano de saúde, sobretudo nas classes C, D e E. Ou seja, as pessoas estão abrindo mão de viverem melhor hoje com medo de passarem necessidade na velhice, quando as despesas tendem a crescer.

Entre aqueles que mencionam contribuir com a previdência social (INSS), 45% acham que o valor da aposentadoria será suficiente para seu sustento e que, portanto, não há motivos para guardar dinheiro para o futuro. Outros 38% reconhecem que o valor não será suficiente para seu sustento – percentual que chega a 54% nas classes A e B – e, por isso, são os maiores poupadores, de olho no futuro. “Os que se planejam para a aposentadoria não querem perder o estilo de vida conquistado durante o período produtivo. A maioria espera manter os hábitos de consumo e até realizar coisas que antes eram quase impossíveis por falta de tempo, como viajar, por exemplo. Para isso, procuram ter uma disciplina financeira que permita continuar com o mesmo poder de compra lá na frente”, comenta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Então, a receita é essa: economizar um pouquinho toda a vida, para a aposentadoria ser uma época de grandes realizações pessoais.

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