Você já ouviu falar em drunkorexia? É um termo que nasceu na língua inglesa, e significa o transtorno alimentar que apresenta como principal sintoma o fato das pessoas beberem em vez de se alimentarem corretamente. Ou seja, é a junção do álcool com a anorexia. Se os dois separadamente são prejudiciais à saúde, dá para imaginar a “bomba” que é para o organismo quando os dois estão associados.
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Em linhas gerais, os distúrbios alimentares mais conhecidos são a anorexia e a bulimia. Em ambos, há uma distorção da imagem corporal, ou seja, as pessoas não conseguem enxergar o próprio corpo com a sua real imagem e o olham com muito desprezo, se achando gordas e feias. Adotam, então, práticas nocivas para compensar a ingestão de alimentos. A maioria das vítimas são mulheres, entre 18 e 24 anos. Na anorexia, a pessoa quer reduzir seu peso cada vez mais, diminuindo a ingestão de alimentos, induzindo vômitos, usando laxantes, diuréticos e inibidores de apetite. Já na bulimia, a pessoa apresenta comportamentos compulsivos: come descontroladamente e depois, sentindo-se culpada, adota as mesmas práticas nocivas dos anoréxicos. Se isso não bastasse, cerca de 16% das pessoas com transtornos alimentares também apresentam comportamentos abusivos ligados ao álcool. De maneira geral, as pessoas que sofrem de drunkorexia preferem pular algumas refeições para compensar na bebida que será tomada mais tarde. Segundo a psicóloga Denise Monteiro, o exagero na ingestão alcoólica está relacionado a questões emocionais mais profundas. Geralmente, essas pessoas abusam das bebidas para aliviar uma tristeza.
“A bebida serve como um compensador, ou seja, uma espécie de anestesia para os momentos em que a pessoa não consegue lidar com os problemas ou a ansiedade.”
Quanto mais vazio o estômago _ isso não é novidade para ninguém _ mais o álcool age de maneira agressiva no corpo. As bebidas alcoólicas fornecem poucos nutrientes e o seu consumo excessivo por pessoas com transtornos alimentares podem levá-las à desnutrição, ficando mais suscetíveis a uma série de doenças. A psicóloga reitera que pessoas que sofrem de distúrbios alimentares e drunkorexia precisam ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar. “É preciso pensar na autoestima desse paciente, e sempre com o apoio da família”, conclui.