Muito oportuna e necessária a capacitação para professores e diretores da rede pública denominada "Formar para transformar", que tem como objetivo preparar estes profissionais da educação para lidarem com o tema da violência doméstica junto aos alunos em sala de aula. São comuns os relatos de professores contando que eles observam nos alunos que há algo errado em suas famílias, mas que muitas vezes eles não sabem como agir ou ajudar. Também é importante esta capacitação para que estas crianças e adolescentes entendam que a violência doméstica não é um fato corriqueiro da vida e que é preciso proteger as suas vítimas e não reproduzir o modelo.

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Estes encontros com os profissionais da atuam na área da educação na Capital e região é uma iniciativa da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do Tribunal de Justiça, em parceria com as Secretarias de Educação (estadual e municipais). Ao todo serão cinco reuniões mensais até fevereiro do ano que vem, quando então será lançado um concurso em que os alunos vão produzir desenhos e vídeos sobre o assunto. A divulgação dos vencedores e a entrega da premiação estão previstas para o mês de agosto.

A violência doméstica em Santa Catarina, durante 2017, foi responsável pela morte de 48 mulheres e por 13 mil registros de lesões corporais. Os dados são do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e serviram de tema para o encontro deste mês, realizado no Pleno do TJ. Florianópolis ocupa a 2ª colocação entre as capitais brasileiras com maior índice de violência contra a mulher, segundo dados do Mapa da Violência (2015). Em todo o território nacional, em 2017, a cada hora 503 mulheres foram vítimas de violência, segundo levantamento do Instituto Datafolha.

No encontro, o major PM Thiago Augusto Vieira apresentou o programa "Rede Catarina", desenvolvido pela Polícia Militar de Santa Catarina. A iniciativa direciona esforços por parte da corporação no combate e prevenção à violência doméstica, particularmente contra as mulheres. Foi idealizada a partir de práticas bem-sucedidas em todo o território nacional e em cidades como Chapecó, com o "Guardião Maria da Penha", que também já existe em Florianópolis (no norte da Ilha), Santo Amaro da Imperatriz e Lages, entre outros municípios.

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