O guia digital "Três vivas para a adoção" está sendo lançado nesta sexta-feira no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, em comemoração ao Dia Nacional da Adoção. O e-book é gratuito e tem por objetivo erradicar muitos mitos que ainda pairam sobre a adoção no Brasil, especialmente quando as crianças fogem do perfil mais procurado: brancas, com menos de 3 anos, sem irmãos e "saudáveis".

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Em 118 páginas, a cartilha eletrônica orienta mulheres, homens e casais que desejam adotar sob a perspectiva de quem fugiu do padrão majoritário. Há depoimentos de famílias, de uma "mãe social" (que cuida das crianças em um abrigo), de um juiz e de uma jovem adotada que é portadora do vírus HIV desde o nascimento.

Atualmente, o número de pessoas interessadas em adotar é dez vezes maior que a quantidade de crianças disponíveis para adoção. Ainda assim, muitas delas passam a vida em abrigos públicos, sem um lar. De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, existem 4.881 crianças cadastradas para adoção no país, e 40.306 brasileiros interessados em adotar. Entretanto, existe um descompasso histórico entre o perfil desejado de futuros pais diante dos futuros filhos adotivos. Isso se dá porque a maioria das pessoas indica um perfil muito restrito, deixando de fora as crianças reais que estão cadastradas para adoção – maiores de 5 anos, pardas ou negras, com deficiência, doença crônica ou grupos.


Outro impasse no momento da adoção, além das crianças com irmãos, é de pré-adolescentes, adolescentes, ou com problemas de saúde. Nos dados nacionais, há 1.920 crianças acima de 15 anos disponíveis para serem acolhidas, o equivalente a 39,33% do total. No entanto, os cadastrados interessados neste tipo de adoção chegam a apenas 66 no CNA, o equivalente a 0,16%.

O e-book é resultado da parceria do Movimento de Ação e Inovação Social (que compreende o Movimento Down e o Movimento Zika) com a Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), a ONG Aconchego, a Fundação Ford, o Conselho Nacional de Justiça, a Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude e o Fórum Nacional de Justiça Protetiva. Conheça a cartilha clicando aqui.

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