Neste 1° de dezembro celebra-se o Dia Mundial de Luta Contra à Aids. O tema deste ano, lançado pela Organização Mundial da Saúde é “Conheça seu status, dê fim à Aids”. A campanha, realizada todo ano, tem o objetivo de detectar precocemente o HIV, prevenir novos casos, educar e promover conhecimento e informação sobre o vírus, que atinge 120 mil novas pessoas a cada ano apenas na América Latina, segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

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Ronaldo Zonta, médico e membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), informa que uma em cada quatro pessoas não conhece o status da doença, o que pode acarretar em sérios problemas de saúde. “Quem vive com HIV precisa de cuidados de rotina e tratamento, podendo encontrar apoio nas unidades básicas de saúde”, diz ele. O médico de família, com sua prática centrada na pessoa, pode ajudar a escolher as melhores formas de se prevenir do HIV, incentivando o uso do preservativo e prescrevendo quando necessária a Profilaxia Pós Exposição (PEP) ao HIV ou indicando a Profilaxia Pré Exposição ao HIV (PrEP). Também pode (e deve) incentivar a testagem de rotina usando teste rápidos, diagnosticando precocemente e dando início ao tratamento o mais cedo possível.

Segundo Zonta, é necessário também aumentar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre o tema, para diminuir o preconceito. Além disso, é preciso melhorar o atendimento a populações que são mais vulneráveis ao HIV, como é o caso das mulheres negras, as quais têm chance de morrer de HIV duas vezes maior que uma mulher branca. O mesmo se aplica a pessoas trans, gays, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas privadas de liberdade ou com problemas de saúde mental.

O SUS disponibiliza tratamento gratuito, desde o diagnóstico até a distribuição dos medicamentos necessários. É um dos melhores tratamentos existentes no mundo.Mesmo assim, ainda há necessidade de novas políticas públicas e um olhar mais atento para as pessoas que vivem com HIV, diz o médico da SBMFC. “Campanhas como o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que são promovidas por diversas instituições, são importantes para reforçar a conscientização de prevenção, diagnóstico e adesão ao tratamento, porém, é preciso disso o ano todo, e não apenas em datas específicas”, alerta.

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