No dia 15 de outubro de 1582 (pelo calendário (gregoriano) morreu Teresa D’Avila, que era uma mística fervorosa, trabalhadora incansável, autora de diversos relatos sobre sua fé, vida e trabalho. Bem mais tarde, em 1827, o Imperador Dom, Pedro I escolheu o dia da morte de Teresa para publicar um decreto criando o Ensino Elementar no Brasil. O decreto afirmava que todas as cidades, vilas e lugarejos deveriam ter suas escolas de primeiras letras. Falava também sobre a descentralização do ensino, do salário dos professores e sobre as matérias que os alunos deveriam aprender.
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Em 1948 o governador de São Paulo, Adhemar de Barros, declarou feriado escolar em 15 de outubro, já considerado como o Dia do Professor. A data só foi oficializada nacionalmente em 1963, no governo João Goulart. No artigo terceiro, o decreto afirma: “Para comemorar condignamente a data, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.
Acho que este decreto poderia ser reeditado, ainda com mais ênfase na frase “enaltecer a função de mestre na sociedade moderna”, porque nunca precisamos tanto quanto hoje valorizar os nossos professores. O 15 de outubro, data que era para ser de festas e homenagens, transformou-se em dia de protestos e reivindicações. A falta de reconhecimento da importância do profissional da educação leva a uma constante insatisfação da categoria, que, mal remunerada, enfrenta o desafio de permanecer no magistério diante de condições adversas.
De uma maneira geral, os salários são baixos, a carga horária alta e as condições de trabalho muito aquém das que seriam as ideais. Além disso, os professores ainda precisam lidar, no dia a dia, com pais ausentes da escola e, o pior de tudo, com alunos que não têm o menor respeito pela autoridade em sala de aula. A violência nas escolas assusta. Precisamos valorizar aqueles que ajudam a transformar o nosso país através do conhecimento. A data de hoje é importante para comemorar o que já foi conquistado, mas, principalmente, para conscientizar a população e autoridades sobre o valor de nossos mestres. Afinal, ser professor é mais que dar um conteúdo em sala. É formar seres humanos e instigar os alunos a serem inovadores, criativos e, por meio de suas ações, transformarem o mundo.
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