“Eu queria muito cursar medicina, mas acho que é difícil demais para mim. Por isso, vou optar por outro curso da área da saúde que dizem que é menos puxado”. Ouvi esta frase ontem, dita por uma jovem de 17 anos, filha de uma amiga. Como assim, ela vai desistir antes mesmo de tentar? Não pode! Começamos a conversar e ela deixou bem claro que não costuma enfrentar seus problemas, prefere fazer de conta que eles não existem, porque tem medo de tentar alguma coisa nova e fracassar. No caso da futura profissão, ela decidiu que nem vai tentar a medicina _ apesar de ser muito estudiosa e aplicada _ porque já “tem certeza” de que não será aprovada.
Continua depois da publicidade
A mãe conta que ela sempre foi assim, insegura e com pouca autoestima. Sugiro, então, que busquem algum tipo de ajuda, alguém com que ela possa conversar para saber o porquê deste sentimento negativo com relação a si própria. Maria (este é o nome da garota) não é a única a se sentir assim. Muita gente, de todas as idades, sofre calada, sentindo-se inferior aos demais, sem saber o que fazer. A orientadora e psicóloga transpessoal Wanessa Moreira, ter sentimentos negativos e pensamentos de que não é capaz de realizar algo é comum, em alguns momentos do cotidiano. Mas quando ocorre com certa frequência pode ser o sinal da ‘autossabotagem’ agindo na pessoa: uma combinação de sentimentos, pensamentos e ações autodestrutivas.
Segundo a especialista, vários fatores estão relacionados com esse processo. Muita gente não acredita na sua própria capacidade. Caso você não tenha segurança do que pode realizar, seja por perfeccionismo ou por não se sentir pronto, você pode tirar essa realização de você mesmo, se distraindo ao olhar para outras pessoas, ajudando elas a viverem a vida delas e esquecendo de você mesmo, e de fazer por você, escreve Wanessa. A insegurança, muitas vezes, é a nossa maior inimiga. A psicóloga ressalta que o primeiro passo para mudar de atitude é a pessoa realmente saber o que quer para a sua própria vida. Ama a medicina? Então, é hora de concentrar-se neste objetivo: estudar para ser aprovada no curso. E depois continuar estudando e se esforçando, para ser o melhor profissional possível. O que não pode é se autossabotar, deixar o desânimo bater e não realizar o seu melhor, deixando seus sonhos em segundo plano.
A orientadora sugere, também, que as pessoas que apresentam este tipo de comportamento façam uma reflexão: “Observe no seu cotidiano o que te impede de se desenvolver, o porquê você se abandona e deixa de entregar o seu melhor, e ainda, o que você está esperando que aconteça para mudar tudo isso”.
Continua depois da publicidade