Aninha tem 7 anos. Ela está um pouco acima do peso, e ao se olhar no espelho depois de colocar o biquíni para ir à piscina do prédio, soltou um suspiro profundo e disse: “Acho que não vou. Não estou com vontade de me molhar hoje”. Os pais logo perceberam que ela não estava falando a verdade. No fundo, tinha medo que as outras crianças rissem dela, por ser gordinha, e fizessem comentários maldosos (o que, infelizmente, é muito comum). A mãe sentiu que era hora de sentar e ter uma conversa um pouco mais demorada com a filhota.

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Elas conversaram sobre autoestima. Aninha sempre foi muito esperta, alegre e comunicativa. Ganhava a simpatia de todos em questão de minutos. Não havia quem não gostasse dela, sempre extrovertida e falante. A mãe explicou sobre a importância de ter uma autoestima elevada, e não se deixar abater com qualquer crítica. “Você é mais gordinha do que as outras meninas sim, isto é um fato. Mas não é motivo para se sentir inferior a elas. Duvido que alguma das suas amiguinhas seja mais inteligente e divertida do que você”, disse a mãe, arrancando um sorriso da menina.

E assim elas foram falando sobre como todas as pessoas são diferentes umas das outras – a cor da pele, dos cabelos, a altura, o peso, o jeito de ser, os gostos, a religião, a família. “Cada um é de um jeito, e isso não significa que uns sejam melhores do que os outros”, disse a mãe. A conversa surtiu efeito. A menina, ao se olhar no espelho de novo, comentou: minha barriga é maior mesmo, mas eu duvido que alguém tenha os olhos azuis mais bonitos do que os meus. E saiu bela e faceira para a piscina, com sua autoestima lá em cima.

Esta mãe fez um belo trabalho. A coach Larriane Lopes, que lida diariamente com comportamento humano, fala da importância de desenvolvermos o amor próprio (e ensinar os filhos a fazerem o mesmo). “Ele é construído desde a infância, conforme percebemos as informações passadas pelos pais em relação à educação e à confiança em nós mesmos”, diz. O conceito de autoestima é a ideia que temos sobre nós mesmos, é o quanto cada um se valoriza. Em relação ao contrário do amor próprio _ a baixa autoestima _ as causas muitas vezes podem ser encontradas na infância, e que acabam sendo carregadas pela vida toda. As crianças, assim como aconteceu com Aninha, precisam ser estimuladas e valorizadas pelos pais, para que cresçam seguras de si e pro9ntas para encarar as críticas alheias de cabeça erguida.

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