Um em cada 68 indivíduos apresenta algum transtorno do espectro do Autismo, o que representa cerca de 1% da população mundial. No Brasil, o número pode chegar a um milhão de pessoas. Apesar desta alta prevalência, ainda há muitas dúvidas, desconhecimento e até preconceito sobre o assunto. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu a data de 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Em Florianópolis a data foi comemorada no sábado, apesar do mau tempo, com a realização da 9ª Caminhada de Conscientização, no Parque de Coqueiros, promovida pela Associação de Pais e Amigos dos Autistas (AMA). A entidade, fundada em 1994, atende cerca de hoje 500 pessoas com autismo por mês, entre crianças e adultos, e conta com o trabalho de profissionais nas áreas de psicologia, neurologia, fonoaudiologia, educação física, terapia ocupacional, musicoterapia e psicopedagogia.

Continua depois da publicidade

Atualmente, utiliza-se a sigla TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) para referir-se a um grupo de transtornos caracterizados por prejuízos na interação social e de comunicação, associados a comportamentos repetitivos e interesses restritos, segundo explica a terapeuta ocupacional Dayane Sanches de Castro. Normalmente o autismo é diagnosticado ainda na primeira infância, entre os 12 e 24 meses de vida. Os sinais podem ser dificuldades de interagir com outras crianças e adultos, não manter contato visual, não atender quando chamado e mostrar comportamentos repetitivos. Estes são os mais comuns, mas os sintomas nem sempre são muito claros.

A pediatra Claudia Conti explica que o autismo se traduz muito nos detalhes do comportamento da criança, gestos, agitação, olhar e de que forma ela interage com o mundo externo. Infelizmente, diz ela, não há um exame específico que detecte o autismo. O diagnóstico é feito com as informações coletadas nas consultas, como os sinais observados, histórico familiar e conversas com os pais, além de uma avaliação complementar do neuropediatra. Quanto às causas do TEA, ainda são desconhecidas.

O principal objetivo no tratamento de autistas é promover uma melhora na qualidade de vida, ampliando a perspectiva da autonomia, independência, linguagem, socialização e capacidades cognitivas. A participação da família é fundamental. Os pais devem interagir brincando com a criança naquilo que ela gosta de fazer, sempre parabenizando e incentivando cada etapa e acertos, com paciência para esperar o tempo dela, respeitando o ritmo e rotina. Disponibilizar momentos sociais, deixando que brinquem com outras crianças também é importante. “Assim, a empatia dela pode ser mais facilmente conquistada”, finaliza Dayane Castro.

Continua depois da publicidade