Um dia estávamos na praia e um jovem se afogou. Todo mundo correu para acompanhar o resgate, dificílimo porque o mar estava muito agitado. Os pais da vítima gritavam, desesperados. Quando parecia que o fim da história seria trágico, apareceu no céu o helicóptero dos militares do Corpo de Bombeiros. Foi um misto de sentimentos – medo, apreensão, mas também de esperança, porque todo mundo sabe o quanto estas equipes dos Arcanjos são bons no que fazem. Mais alguns minutos e o jovem foi retirado do mar. Engoliu muita água, mas tudo não passou de um grande susto. Foi salvo graças à agilidade e à coragem de seus salvadores, muito aplaudidos depois de mais uma missão de resgate com final feliz.
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Outra vez foi durante um grave acidente de trânsito. Pude testemunhar de perto o trabalho imprescindível realizado por estes soldados que integram o Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar e que atuam no salvamento das vítimas nas mais diversas situações com uso de quatro aeronaves (dois aviões e dois helicópteros). Não fossem eles, três pessoas que foram levadas às pressas para o hospital teriam engrossado a lista das vítimas fatais de acidentes de trânsito. O nome não poderia ser mais apropriado: arcanjos. E é isso mesmo o que estes homens e suas aeronaves são para a população catarinense.
Hoje é um dia muito especial, porque o batalhão completa oito anos de atividades. Neste período, atenderam diretamente mais de 5.950 pessoas, em mais de 6,4 mil missões aéreas. Foram 106 apoios a partos emergenciais ou transportes de parturientes e recém-nascidos ao hospital, 1.607 transportes emergenciais entre hospitais, de órgãos a serem transplantados ou em apoio para monitoramento em situações de desastres naturais. Também atuaram na busca ou resgate de 348 casos de pessoas perdidas, desaparecidas ou que precisavam de ajuda; além de 370 situações que envolviam casos de afogamentos e de resgate aquático.
A campeã dos atendimentos, entretanto, são as emergências cardíacas. Foram 1.071 casos atendidos nestes oito anos. Claro que nem todas as vezes foi possível reverter o quadro (afinal, eles são arcanjos, mas não operam milagres), mas em muitas situações o suporte aéreo e especializado fez toda a diferença para garantir a vida das pessoas. Os dois helicópteros são usados principalmente em missões de resgate de vítimas (pela sua agilidade), enquanto os aviões se prestam mais para missões como transporte de órgãos e pacientes para transplantes, repatriamento de pacientes internados fora do estado ou da sua região e transporte de frações de tropa. Recentemente, o avião foi usado para o repatriamento de um menino Argentino e da mãe, vítimas de um acidente grave na BR 470 em Pouso Redondo. Todo o trabalho é feito em parceria com o SAMU, que oferece todo suporte médico e especializado nos atendimentos.
Parabéns pelos oito anos, e vida longa aos arcanjos.
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