Minha mãe tem 80 anos, e desde cedo interessou-se pelo estudo de outras línguas. Foi professora de inglês boa parte da vida, primeiro em escolas e, depois de aposentada, dando aulas particulares. Por volta dos 70 anos, decidiu que iria aprender italiano, e matriculou-se em um curso, chegando até o nível avançado de conversação. Em casa, estuda um pouco de espanhol, e este ano me convenceu a começar a frequentar com ela as aulas de francês, língua que ela já domina um pouco porque aprendeu “nos tempos de ginásio”, isso quase 70 anos atrás, e nunca mais esqueceu. Apesar dela ter alguns esquecimentos das coisas que aconteceram recentemente – o que é bem comum entre as pessoas idosas – ela tem um cérebro muito ativo, o que, sem dúvidas, traz muitos benefícios para a saúde mental.
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Recentemente li um artigo que dizia que com o avançar da idade nosso cérebro naturalmente tende a envelhecer e a perder capacidades cognitivas, e que uma das melhores maneiras de desacelerar este envelhecimento é expressando-se em dois ou mais idiomas. Estudos científicos já comprovaram que as pessoas bilíngues perdem capacidades cognitivas sempre depois dos monolíngues. Os bilíngues idosos apresentaram melhores resultados principalmente em testes de atenção, foco e fluência. Os bilíngues ainda se mostram capazes de atrasar doenças de demência como o Alzheimer. Segundo o Instituto de Pesquisas Rotman, do Canadá, em um grupo de pacientes com Alzheimer, os que eram bilíngues começaram a apresentar sintomas da doença cinco anos depois, em média. Isso acontece porque o estudo de novos idiomas mantém a mente ativa e minimiza o risco de doenças cerebrais degenerativas.
Aprender e praticar uma segunda, terceira ou quarta língua, na verdade, faz bem à saúde em qualquer idade. Melhora a concentração e a memória, desenvolve novas habilidades e estimula a capacidade de realizar multitarefas. Muitas vezes o cérebro é comparado com o músculo, pois quanto mais exercitado mais eficiente ele fica. Então, quando se exercita constantemente a memória aumenta-se a capacidade de memorização do cérebro. Aprender línguas é um excelente exercício neste aspecto, pois consiste em registrar novas regras gramaticais, novos sons e muitas palavras novas. Os especialistas dizem que o ideal é ter contato com o segundo idioma desde criança. Porém, mesmo aprendendo uma nova língua na vida adulta ou até mesmo na velhice, o cérebro pode obter muitos benefícios. Então, vamos à aula de francês.