O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de 180 países no quesito ansiedade dos alunos do ensino médio. O pior desse cenário é que esses transtornos continuam com a entrada dos jovens na faculdade. Cerca de 30% dos alunos das universidades federais do Brasil procuram atendimento psicológico e 10% fazem uso de medicamento psiquiátrico. Além disso, as tentativas de suicídio aumentam a cada ano entre esta parcela da população. É isto o que concluiu uma pesquisa apresentada pelo Programa de Avaliação Internacional de Estudantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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Mas porque tanta ansiedade? Um dos motivos apontados é o fato dos estudantes sentirem a pressão de ter que escolher a sua carreira profissional por volta dos 17 anos de idade, ao terminar o Ensino Médio. Com certeza este jovem precisa "correr atrás", estudar, muitas vezes trabalhar também, mas não deve ser deixado de lado o lazer e os bons relacionamentos com os amigos e a família. “É isso que fará esse jovem ser feliz antes de tudo, além de conseguir optar por uma profissão que realmente faça sentido para ele”, diz o gestor educacional e psicólogo Augusto Jimenez.
Ele dá algumas dicas de como estes jovens podem tornar “mais leve” o equilíbrio entre as responsabilidades diárias e a necessária de ter uma qualidade de vida. A primeira delas é tirar um tempo para “não fazer nada” sem se sentir culpado por isso. Recomenda que após um dia de trabalho e estudos todos devem tirar pelo menos uma hora para relaxar. “Lembre-se que a criatividade é fruto do descanso mental e não do excesso de ações”, diz. Outra dica é organizar as atividades da semana e a quantidade de tempo que despenderá com os estudos e trabalho. Assim, fica mais fácil cumprir com o combinado.
Outra dica: Se estiver se sentindo pressionado, procure ajuda. Há grupos organizados pelos próprios alunos de várias universidades, e também nas redes sociais. “Lembre-se que ansiedade e depressão são assuntos sérios e buscar ajuda com quem está vivendo a mesma situação pode ajudar”, diz Jimenez. Um desses grupos é a Frente Universitária de Saúde Mental. Foi criado em 2017 por alunos de faculdades públicas e privadas. Para casos mais graves, a ajuda de um profissional da área da psicologia é importante. E caso a grana esteja curta, o aluno pode optar pelos atendimentos psicológicos das universidades, que é gratuito. O que não pode é ficar sofrendo em silêncio.
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