Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe, diz o velho ditado português. Pois é, chegaram ao fim as duas semanas de férias, muito bem aproveitadas por sinal. Fui viajar para os lados da Andaluzia, região sul da Espanha, que tem uma história muito singular pelo fato de ter sido dominada por diferentes povos ao longo do tempo, trazendo até os dias de hoje muitas características romanas, judias, muçulmanas e cristãs. Visitamos seis cidades, a mais conhecida e badalada delas Sevilha, capital da região. Como das outras vezes em que tive a oportunidade de percorrer novos lugares, volto para casa cheia de experiências enriquecedoras e novas vivências, algumas das quais pretendo compartilhar aqui neste espaço.
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Primeiro de tudo, deixo claro que é muito difícil fazer qualquer comparação entre a Europa e o Brasil. Não dá. Somos um país novo, com pouco mais de 500 anos de “descobrimento”, enquanto no Velho Mundo, pelos idos de 1500 eles já tinham trilhado um longo caminho e acumulado muita história. Aliás, esta é a parte que eu mais gosto de lá. Você dobra qualquer esquina e dá de cara com uma mesquita de 900 anos, uma catedral construída no século 12, uma rua onde morou um pensador que você estudou nas aulas de filosofia do colégio, e cuja casa ostenta uma placa lembrando da figura ilustre. Passeamos, por exemplo, ao longo de uma ponte romana construída no século 1 (embora alguns livros digam que foi no século 1 a.C.), na bela cidade de Córdoba, que foi construída durante a dominação romana.
No Brasil, quando alguma coisa é considerada antiga, fala-se no máximo em algo construído há 100 anos. Então, não há como comparar. O que se pode dizer é que parece que aqui não damos muita importância à nossa história, com raras e nobres exceções. Quantas casas antigas ainda estão em pé? Quantas fachadas históricas e monumentos estão sendo preservados ao longo do tempo? O que mais vejo é demolição de prédios antigos para construção de outros, supermodernos, de preferência caixotes enormes revestidos de vidros fumê…
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