Toda semana aparece uma nova “brincadeira” idiota e perigosa nas redes sociais. Depois da “baleia azul” e do desafio de trancar a respiração até desmaiar, agora anda circulando por aí vídeos que mostram adolescentes aspirando desodorante spray aerossol. No último sábado, em São Bernardo do Campo (SP), uma menininha de apenas sete anos morreu após inalar grande quantidade de desodorante. A mãe a encontrou desmaiada na cama, com um tubo de desodorante na mão, e a suspeita é de que ela tenha participado do “desafio do aerossol”, que, segundo informações que circulam na internet, consiste em inalar o produto e depois tampar a boca, pelo maior tempo que a pessoa conseguir suportar.

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Os familiares chegaram a levar a menina para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e embora os médicos tenham tentado reanimá-la, não foi possível reverter a parada cardíaca. Em sua página no Facebook, a mãe disse que a menina não estava sozinha em casa, mas que no momento em que aconteceu a tragédia a menina estava no quarto, e ninguém viu o que ela fazia. Uma tia da garota comentou, entretanto, que ela havia assistido a um vídeo onde alguém ensinava como participar do tal “desafio do desodorante”. A menina havia ganho um celular de uma tia, mas segundo a mãe, todo o conteúdo que ela acessava era monitorado pela família.

No domingo, após o enterro, parentes e amigos da família começaram uma campanha na internet para informar outros adultos sobre esta nova “brincadeira perigosa”, que de brincadeira não tem nada, e lembrar a todos que não se deve deixar crianças assistirem vídeos e acessarem a internet sem a estrita supervisão de um adulto. Uma menina de sete anos jamais teria maturidade para entender que aspirar desodorante aerossol poderia trazer problemas à sua saúde e muito menos causar sua morte, como infelizmente aconteceu. Outra variação deste desafio, segundo as redes sociais, é aplicar o spray do desodorante em uma determinada área do corpo, até ela congelar e queimar.

Que fique de mais esta tragédia pelo menos a lição: os pais ou responsáveis devem sempre supervisionar o que as crianças e adolescentes estão acessando na internet. Isto não é intromissão ou invasão de privacidade. É preocupação, é carinho e é proteção. Somos responsáveis, sim, por seus atos. Crianças não devem ver vídeos que não sejam próprios para a idade, nem ter acesso fácil a celulares e computadores quando os pais não estão por perto. Na grande maioria das vezes, eles só querem brincar com joguinhos inofensivos. Mas como ter certeza do que será acessado? O único jeito de evitar novas mortes é mantendo vigilância. Não dá pra facilitar.

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