O Brasil realmente vai mal quando se fala em atendimento à saúde da população. Dados da pesquisa “Global Views of Healthcare 2018” da Ipsos, que entrevistou 23,2 mil pessoas em 28 países, mostram que nosso país é o que tem pior avaliação no quesito “qualidade dos cuidados de saúde”. Seis em cada dez brasileiros (57%) avaliaram o serviço de saúde que sua família tem acesso como ruim. Depois do Brasil, a Sérvia é a segunda colocada no ranking de insatisfação. Em seguida estão a Rússia e Polônia. Por outro lado, a Grã-Bretanha possui a melhor avaliação: 73% afirma que a saúde no país é boa. Em seguida estão Malásia e Austrália.
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Fabrizio Rodrigues Maciel, da Ipsos Brasil, diz que o estudo evidencia o momento complicado que estamos vivendo na área da saúde. Ele explica que, em virtude da situação econômica e do desemprego, muitos brasileiros deixaram de ter plano de saúde, tendo de migrar para o SUS, já congestionado. Além disso, a crise econômica também gerou redução de custos nas operadoras de saúde, aumentando a percepção de queda de qualidade e causando ainda mais insatisfação entre seus usuários.
Apenas três em cada dez brasileiros (34%) concordaram na pesquisa com a afirmação “eu recebo todos os cuidados médicos que preciso”. O índice está abaixo da média global, de 49%. Quanto ao atendimento odontológico, o índice cai ainda mais, para 32%. Poucos também são os brasileiros que concordam com a frase “eu confio que o sistema de saúde do meu país oferece o melhor tratamento”. E, por último sete em cada dez brasileiros (74%) concordam com a afirmação “muitas pessoas no meu país não podem pagar por bons cuidados de saúde”.
Esta pesquisa é o retrato fiel do que acontece na maioria das cidades brasileiras, infelizmente. “É notório para a população que existe uma desigualdade muito grande na abrangência e na qualidade dos serviços de saúde. Existem bolsões de prosperidade com qualidade até superior aos países de primeiro mundo”, diz Maciel. Por outro lado, existem milhões de brasileiros que ainda não recebem um atendimento satisfatório. Uma boa pauta para os candidatos discutirem nestas vésperas de eleições e, quem sabe, olharem também para quem mais precisa de atenção.
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