Segunda-feira chuvosa. Uma daquelas manhãs que dá vontade de ficar na cama até mais tarde. As tarefas do dia, no entanto, me levaram pra rua. O primeiro compromisso ficava em um bairro de Florianópolis onde nunca encontro estacionamento público. Pois desta vez encontrei, bem rapidinho. E a moça que vendia a “zona azul” ainda me deu uma carona na sombrinha dela até a entrada do prédio aonde eu ia. Até que o dia começou bem, pensei. Depois, fui à agência do Bradesco no bairro Estreito, e no estacionamento, fui recebida novamente com “bom dia” muito simpático do senhor que ficava na guarita, com direito a conversa sobre o clima e o tão esperado outono, que, parece, começa a dar suas caras por aqui.

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No caixa, novamente um atendimento cortês e simpático, com direito a “tenha uma boa semana” na despedida. Próximo destino: uma loja de assistência de celulares. O atendente não conseguiu resolver o problema na hora, mas se prontificou a pesquisar na internet e buscar uma solução. Voltei para casa feliz e pensando em como receber um tratamento educado e simpático faz bem para melhorar o astral e voltar a ter esperanças de vivermos, todos, civilizadamente. Talvez eu esteja sendo exageradamente otimista, mas foi esta a sensação que eu tive.

O psicólogo João Alexandre Borba seguidamente escreve sobre isso: como esquecemos, no dia a dia, da importância de dizer um simples obrigado, por favor e com licença, por exemplo. “O ser humano deixou de realizar essa tarefa durante o dia a dia, e isso tem desencadeado situações desagradáveis em casa, no ambiente de trabalho e também nas ruas”, afirma. A boa educação, diz ele, é uma via de mão dupla. Ao tratar o outro com delicadeza, você impulsiona a vontade dele em ser delicado também. Uma vez que a convivência é feita entre várias pessoas, é necessário ter sempre a noção do espaço do outro na sociedade.

Do ponto de vista psicológico, explica o psicólogo, uma palavra amável em relação às mais ásperas faz com que as pessoas comecem a priorizar o bom trato do outro. Nessa questão também cabe a empatia, pois tratar bem o próximo, falar coisas boas para o outro, está muito ligado ao que acontece dentro de mim, sendo assim, se eu estou bem, tratarei bem o outro também”, diz João, que também é CEO do Instituto Internacional Japonês de Coaching. E ele tem toda a razão. É importante que se estabeleça um bom convívio com as pessoas, com os pequenos gestos de educação no dia a dia, mas também é importante estar de bem consigo mesmo para que essa sensação boa possa externar para o restante das pessoas com quem convivemos durante a vida.

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