Mudei de escritório tem pouco tempo. No início de 2019 comecei a perceber o que, de fato, eu gostaria de administrar – em termos de empresa, equipe e relacionamentos. Depois de longa reflexão, me encorajei a centrar minha rotina mais perto do meu marido e filho, reduzir custos para realmente conseguir simplificar nosso estilo de vida e ter bem mais tempo juntos. De lá para cá os dias são de intensa revisão e nascimento, e de alegria – estou vivendo a rotina que queria.

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Quando comecei a trabalhar usei, e continuo usando, uma analogia ao que fazemos – quando trabalhamos com metas, de alguma forma. A analogia segue o uso de um GPS, que nos auxilia a descobrir um caminho mais efetivo de um ponto A para um ponto B. Em 2010, quando comecei, passei por diversas surpresas até entender que nossa dificuldade não está em estabelecer nossos sonhos, mas de saber onde estamos, quem somos, quais são nossas necessidades mais essenciais – porque o sonho deve partir de nossa natureza mais íntima – e isso demanda mais introspecção e auto pesquisa do que imaginamos.

Retirei o letreiro do antigo escritório – que dizia VANESSA TOBIAS. Quando cheguei na nova sala, ainda com a antiga cola em algumas das letras, escolhi colar na parede – de brincadeira – as letras que correspondem ao meu apelido –  VA. Passaram-se dois dias, e o V caiu.

Na hora, pensei – porque tudo para mim é simbólico – que, de fato estou na primeira grande fase dos próximos anos da minha vida, como o A do alfabeto. Mas, mais tarde, refleti sobre o quanto precisava e continuo precisando de um tempo atualizando minha história e minhas escolhas, e como é hora de inventariar meus aprendizados, defender e descobrir mais das coisas em que realmente acredito para, sem a pressão do tempo ou das escolhas que não se ajustam mais a tudo o que venho revelando, que eu possa preencher meu GPS e traçar o caminho de um novo sonho.

Em 2018 quando comecei a namorar, viajamos para Maringá de carro, e paramos em uma loja de beira de estrada – que vende panelas de pedra e cobre, que eu sempre sonhei em ter. Descemos do carro e namoramos cada panela e, hoje o Ricardo disse: Lembra quando a gente comprou essas panelas? E eu disse: Quando a gente realiza um sonho, a gente sempre lembra da história que o sonho tem.

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Qualquer que seja o tempo que leve a atualização do ponto onde estamos começando, se o que sustenta nossa decisão for a mais genuína busca pelo sonho de viver conforme nossos valores e nossas necessidades, de essência mais profunda, haverá, mesmo que o caminho seja longo, histórias para serem lembradas com saudade. Por aqui, ainda atualizando meu ponto A.

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