Em 2009 terminei meu mestrado profissional em Administração, na ESAG. Na época nossa pesquisa ainda era a única no Brasil a estudar o modelo de compra feminino – o que muito nos empolgou. Mas a decisão foi demorada, e polêmica, porque mudei bastante de ideia durante as aulas. Conforme ia aprendendo pensava que poderia ampliar e melhorar o estudo. Houve uma fase que meu “perfil” de estudante foi bastante questionado em função dessa “volatilidade”. Pessoalmente eu realmente estava disposta a fazer uma pesquisa que incluísse o que eu estava aprendendo e sempre vi nesse desapego uma forma de expansão. Foi uma fase inicial de bastante confusão. Com a troca de orientação fui apresentada para professora Jane que me trouxe foco enquanto me permitia inovar com a pesquisa. Formamos uma dupla muito especial e memorável em minha vida.

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Muito embora o objetivo da pesquisa não fosse o de focar em um mercado, eu queria antes de tudo compreender uma paixão, na época, que eu cultivava por sapatos – o que depois de muito estudada, arrefeceu. 

Quando comecei a pensar em minhas habilidades técnicas em função do Lifelong Learning, meu mestrado me veio com fortes lembranças, especialmente pelo nível de profundidade que o processo da dissertação demandou.

O objetivo foi avaliar a aplicabilidade do Modelo GENDERTRENDS™️ para identificação dos fatores que influenciam as mulheres nas decisões de compra de sapatos A pesquisa chama-se “Em busca do sapato perfeito”, e avaliou 43 quesitos diferentes, entrevistou 488 mulheres e, na etapa qualitativa, 30 mulheres, com mais de 60 pares de calçados. Os dados foram ponderados com a utilização do software SPHINX e, pela análise de conteúdo.

No tempo recorde de 20 meses – 4 antes do prazo final, eu entreguei minha dissertação com sucesso – nós publicamos um artigo científico, e fomos citadas em jornais e revistas nacionais como a Gazeta mercantil e a Revista Vida Simples, e, além de ter sido notícia para matéria nacional no Jornal Hoje da TV Globo, nós nos tornamos um caso de sucesso para a faculdade. O que poderia ser um tipo de fiasco se eu não tivesse acreditado em mim, tornou-se mais do que eu mesma sonhava produzir.

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Com toda essa experiência eu aprendi que independente do que estejam pensando sobre nosso jeito de ser, é preciso que procuremos por quem ajuda naquilo que ainda é necessário, respeitando nossa visão de mundo! Aprender siginifica ser flexível para viver a oportunidade da confusão de maneira madura e tranquila – e isso também inclui nossos mestres. Estudar aquilo que amplia nossa compreensão sobre quem somos ajuda no engajamento e estar orientado por quem a gente admira por personalidade e competências, como a professora Jane – que eu amo e agradeço muito – favorece o tamanho do mergulho e aumenta nossa vontade de superação. Por fim, delegar atividades dispensáveis ao conhecimento central, atribuem maior valor ao nosso tempo – no caso a tabulação de dados, coleta de entrevistas quantitativas, revisão do texto, inclusão de dados e geração de análises feitas por software e decupagem de entrevistas.

Com toda essa experiência eu aprendi que independente do que estejam pensando sobre nosso jeito de ser, é preciso que procuremos por quem ajuda naquilo que ainda é necessário, respeitando nossa visão de mundo!

Gosto de pensar que antes no caminho do perfeito e feito, do que não feito – quando a gente se apropria do processo de aprender, mais do que do processo de performar ou forçar-se aos resultados que outros querem de nós, nos aproximamos do feito e perfeito.

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