O arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha foi o escolhido para receber este ano a medalha de ouro da União Internacional dos Arquitetos, a UIA, sediada em Paris. O prêmio foi criado em 1984 e tem prestigiado anualmente grandes nomes da arquitetura mundial, como o italiano Renzo Piano e o português Álvaro Siza. 

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Analisando as realizações do arquiteto, e o conjunto de sua obra, o jurí constatou que “As conquistas de Paulo Mendes da Rocha, ao longo de sete décadas, ilustram claramente um compromisso que valoriza a arquitetura como gesto público”. A entrega da medalha de ouro será feita no 27º Congresso Mundial de Arquitetos, no Rio de Janeiro, em julho, no qual ele também será palestrante e presidente do Comitê de Honra.

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Paulo Mendes da Rocha, hoje aos 92 anos, é um dos arquitetos brasileiros mais celebrados e um dos principais nomes da denominada “Escola Paulista”, ou “brutalismo paulista”, movimento modernista que produziu uma arquitetura marcada pela ênfase na técnica construtiva, na adoção do concreto armado aparente e na valorização da estrutura, especialmente na cidade de São Paulo. Liderado por Vilanova Artigas, o movimento ganhou destaque no período do pós-guerra, a partir de 1950.

Algumas pessoas nasceram para arquitetura. É parte delas. Elas possuem uma necessidade de construir além do utilitário. Você só pode ser ensinado sobre tradições, métodos construtivos, e por aí vai. O resto é com o seu talento. Paulo Mendes da Rocha em entrevista concedida a Vladimir Belogolovsky

Considerado um ‘colecionador de prêmios’, Paulo Mendes da Rocha recebeu ao longo de sua carreira outros importantes reconhecimentos no cenário nacional e internacional, a exemplo do Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-americana, em 2000; o Prêmio Pritzker, em 2006; o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, em 2016 e; a Medalha de Ouro Real do Royal Institute of British Architects (RIBA), em 2017.

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Alguns de seus trabalhos mais celebrados são a reforma da Pinacoteca do Estado, o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia – MuBE, o Sesc 24 de Maio, o Ginásio do Clube Atlético Paulistano, a reforma do Museu da Língua Portuguesa e as novas instalações do Museu dos Coches, em Lisboa, Portugal.

*Por Ágatha Depiné