Um daqueles momentos definidores de um período pré-eleitoral vai acontecer na semana que começa. O prefeito joinvilense Udo Döhler anuncia a decisão de renunciar ou não ao cargo em abril para tentar concorrer ao governo do Estado. A tendência é de que desista de ser candidato.
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Udo entrou no jogo com força em fevereiro. Rejeitou a prévia proposta por Mauro Mariani, presidente do partido e pré-candidato ao governo, e tentou viabilizar-se como nome de uma ampla aliança. Visitou o governo Eduardo Pinho Moreira, também pré-candidato, os deputados estaduais, falou com lideranças tucanas, pessedistas. Chegou a se animar e dar como certa a renúncia, mesmo que sem garantia total do PMDB. A semana que passou, no entanto, deu sinais ao prefeito de que o gesto seria um salto no escuro.
As conversas de Mariani com a bancada estadual e com Pinho Moreira na última terça acenderam a luz amarela em Joinville. No mesmo dia, o prefeito esperava alguns deputados do partido para um jantar, mas eles desmarcaram na última hora. Udo comeu costela sozinho e entendeu que alguma coisa acontecera em Florianópolis.
O prefeito de Joinville era o nome perfeito para a reconstrução de uma aliança que é alvo de mais cetismo por parte das lideranças do PMDB, do PSD e do PSDB a cada dia que passa. Em caso de divisão, os caciques vão se definir entre eles, por isso o jogo peemedebista afunilou-se entre Mariani e Pinho Moreira. Ambos dão sinais de que podem chegar a um acordo que evite confronto em convenção.
Udo é o último pré-candidato com condições de reunir em torno de si uma megacoligação. O outro, era o senador Paulo Bauer (PSDB), considerado fora do jogo depois que o Supremo autorizou a investigação sobre caixa 2 na campanha de 2014, quando também concorreu ao governo.
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Sem eles, a tendência é de três ou quatro candidaturas competitivas em outubro. PSD, PP e PSB de um lado, PMDB e PR de outro, os petistas ocupando o espaço da esquerda e a dúvida sobre de o PSDB estadual consegue manter a ideia de candidatura própria ou será forçado pelo presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) a encorpar outro palanque.
Linha cruzada
A nota assinada pela bancada do PSD na Assembleia Legislativa em apoio à pré-candidatura de Gelson Merisio gerou ruído entre os pessedistas. Líder da bancada, Milton Hobus afirmou que apenas Ricardo Guidi não estava presente na reunião que decidiu pelo gesto. Internamente, outro parlamentar reclamou por não ter sido ouvido – “mais pela forma do que pelo teor”. Até o governador licenciado Raimundo Colombo entrou no circuito, clamando “chega de confusão”.