Em outubro de 2012, os catarinenses de Joinville, Florianópolis e Blumenau elegeram novos prefeitos que prometiam não apenas rupturas de maior ou menor grau nos ciclos políticos locais como também passariam a merecer a atenção como possíveis candidatos a governar Santa Catarina a médio ou longo prazo. Eram eles Udo Döhler (MDB), Cesar Junior (PSD) e Napoleão Bernardes (PSDB).
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Os três representavam também novas opções dentro dos próprios partidos, tanto de nome quanto de perfil. Udo, aos 70 anos, era o empresário bem-sucedido que se apresentava à política respaldado pela liderança do então senador Luiz Henrique da Silveira (MDB). Aos 33, Cesar Junior era um jovem político que mostrara arrojo e boas ideias em dois mandatos como deputado estadual. O mais novo do trio, com 30 anos, Napoleão era um fenômeno de comunicação e dava início a uma carreira meteórica.
Não foram poucos os que acharam que 2018 passaria por esses novos nomes. Não passou. Reeleitos em 2016, Udo e Napoleão se credenciaram para a disputa deste ano, mas acabaram vítimas das cúpulas partidárias. O joinvilense tentou ser candidato ao governo e ser o pólo aglutinador da continuidade da aliança entre PSD e MDB. Foi torpedeado externamente por Gelson Merisio (PSD) e internamente por Mauro Mariani (MDB), ambos pilotando projetos que previam o confronto, não a renovação da sociedade. No final de março, Udo desistiu do projeto e decidiu permanecer na prefeitura de Joinville. Nas próximas eleições para o governo, aos 80 anos e sem mandato, dificilmente estará no páreo.
Em Blumenau, Napoleão apostou alto. Renunciou à prefeitura e lançou a pré-candidato ao Senado – mas sempre de olho na possibilidade de a candidatura ao governo cair em seu colo. Não caiu porque o senador Paulo Bauer (PSDB) levou até o fim sua intenção de concorrer e o blumenauense optou por não atravessar-se. Acabou atravessado por uma aliança com o MDB que o escondeu como candidato a vice de Mariani. Com o terceiro lugar na disputa pelo governo, terá agora quatro anos sem mandato para achar um jeito de manter holofotes que minimizem o impacto dessa derrota em sua trajetória política.
Mas dos três expoentes de 2012, o destino foi mais cruel ainda com Cesar Junior. Liderou uma gestão confusa, em que boas ideias foram ficando pelo caminho e dificuldades políticas e administrativas deram o tom. Não disputou a reeleição, saiu pela porta dos fundos. Candidato a deputado federal este ano, foi apenas o 26o mais votado na cidade que governou até dois anos atrás – 1.971 votos. Em outras cidades amelhou outros 45 mil votos que fizeram dele segundo suplente e amenizaram o peso da derrota, mas deixaram claro que ele só não se elegeu por falta de apoio na própria base.
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Na terça-feira, em um sessão polêmica como costumam ser as sessões da Câmara da Capital, os vereadores rejeitaram as contas do último ano da gestão Cesar Junior. O resultado tem o poder de deixá-lo inelegível por oito anos. Os parlamentares chegaram atrasados. O povo de Florianópolis já o considera inelegível.