O PSDB catarinense transformou o evento de preparação dos pré-candidatos do partido para a convenção, realizado ontem em Florianópolis, em um verdadeiro ato pela autonomia dos tucanos locais para decidir seus destinos. Uma resposta contundente aos rumores que tomaram o cenário político estadual desde sexta-feira dando conta de uma possível intervenção nacional patrocinada pelo presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) para que o partido apoie o deputado federal Esperidião Amin (PP) ao governo.

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Presidente estadual da sigla, o deputado Marcos Vieira inverteu o protocolo e pediu para ser a primeira liderança a falar. Ao lado do senador e pré-candidato Paulo Bauer, chamou de “fake news” a possibilidade de intervenção. Garantiu que o PSDB terá candidatura própria a governador em qualquer cenário e que Bauer só não será o nome se não quiser. E que se Bauer não quiser, outro tucano será escalado. Anunciou aos tucanos presentes que naquela manhã conversara por telefone, em viva voz junto com Bauer e o senador Dalírio Beber, com Alckmin. Segundo ele, o presidenciável negou conversas com Amin e qualquer possibilidade de intervenção no Estado.

Realizado no salão de eventos de um hotel na Capital, o evento mostrou um PSDB unido e engajado. Das principais tucanos com mandato no Estado, apenas o deputado federal Marco Tebaldi estava lá – por motivos de saúde. Nos bastidores, a possibilidade de chapa pura ganhava força, embora houvesse otimismo em relação à possibilidade de inverter o rumor do final de semana: atrair Amin e o deputado federal João Paulo Kleinübing (DEM) para a chapa tucano, apoiando Bauer. O pepista iria ao Senado e o demista seria candidato a vice-governador, com outro tucano completando a chapa na segunda vaga de senador. Nessa composição, o ex-prefeito blumenauense Napoleão Bernardes concorreria a deputado federal. Outra “fake news” em disseminação? As próximas semanas serão cheias delas – até que algumas virem verdade e candidaturas.

A convenção dos tucanos será dia 29. Vieira antecipou que no encontro será votada a autorização para que a executiva estadual do partido possa negociar alianças até o fim do prazo, dia 5 de agosto. O primeiro a decidir, já no dia 21, próximo sábado, é o PSD. No roteiro, a homologação da pré-candidatura de Gelson Merisio ao governo em aliança, até agora, com PSB, PDT e outros médios e pequenos partidos. A grande dúvida do cenário é para onde vão Amin e – talvez em venda casada – Kleinübing.

Medindo palavras e gestos desde que renunciou em abril, o ex-governador Raimundo Colombo (PSD) deve ter papel importante nessa reta final. Ele continua defendendo uma ampla aliança, mas garante que apoia e endossa o que Merisio definir.

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— Eu tenho ajudado o Merisio. Se a decisão for ele ser candidato, ele será. Ninguém vai impedir. Nosso partido é grande e forte. Não há essa dificuldade. Agora, eu tenho procurado trabalhar nos bastidores no sentido de formar uma aliança — disse o ex-governador.

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