– Na sexta-feira, 13, não se toma decisão. Só o supersticioso tomaria decisão nesse dia.

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É assim que o deputado federal e pré-candidato ao governo Esperidião Amin (PP) brincou na tarde de sexta-feira sobre a expectativa de definição de uma chapa que reunisse seu nome e o de outros dois postulantes ao cargo de governador: o deputado estadual Gelson Merisio (PSD) e o deputado federal João Paulo Kleinübing (DEM). Na formatação, Merisio lideraria a tropa, com Kleinübing de vice e Amin concorrendo ao Senado junto com o ex-governador Raimundo Colombo (PSD). Ainda há chances de acerto, mas vai depender de mais algumas rodadas de conversa, paciência e rumores de intervenções externas.

Na manhã de ontem, Merisio partiu para Blumenau para uma conversa que considerava definitiva com Kleinübing. Esse entendimento seria o condicionante de Amin para aceitar disputar o Senado. A conversa com o demista não avançou, pelo menos não no ritmo que o pessedista esperava. 

Com boa largadas nas pesquisas divulgadas até aqui, Amin parece ter resolvido dobrar a aposta. Garante que ainda acredita na aliança com o PSD, mas diz que uma “coligação forte tem que estar acima de qualquer obstinação pessoal”. Ironiza a decisão de Merisio de marcar a convenção pessedista logo já no próximo sábado como um “ultimato caridoso”. Diz estar feliz porque considera que precipitou o debate das composições e que os partidos terão tempo hábil até as convenções para isso – as decisões de última hora, literalmente, em 2014 ainda deixam cicatrizes.

Nos bastidores, a sexta-feira 13 foi marcada pelos rumores de que Amin estaria acertando uma aliança com o PSDB através do presidenciável Geraldo Alckmin. Ofereceria aos tucanos as duas vagas de senador, tendo Kleinubing como candidato a vice. Se o PSDB local resistisse, o nacional interveria para garantir um palanque amplo para Alckmin – que ainda patina nas pesquisas nacionais e estaduais.

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Amin nega ter conversado recentemente com Alckmin, embora manifeste simpatia pelas candidaturas do tucano e de Álvaro Dias (Podemos). Presidente estadual do PSDB, Marcos Vieira rejeita essa possibilidade, diz que a pré-candidatura do senador Paulo Bauer (PSDB) está definida e desafia:

– Se algum tucano quiser ser vice na chapa de outro partido, terá que disputar a convenção comigo.

Com esses cenários, Merisio trabalha em alternativas que prescindam do PP na aliança – pedra fundamental do projeto que vem construindo desde 2015. Os sinais que vêm do partido é de que a semana que começa agora será fundamental para a confirmação do projeto. Que se Amin chegar pré-candidato a governador na convenção do PP, mesmo que Merisio tenha a simpatia da maior parte da cúpula do partido, ele sairá candidato de lá.

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