O Brasil está às vésperas de um partidicídio. O fim das coligações para vereador entra em vigor nas eleições do ano que vem e deve resultar em um processo de reorganização da base partidária – que hoje conta com absurdas 33 legendas registradas, 25 delas com representação no Congresso. Cada sigla poderá contar apenas com seus próprios votos para eleger parlamentares.

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Na palestra que realizou nesta sexta-feira (30) em Florianópolis, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) destacou essa mudança. O demista acredita que após a disputa municipal, o número de partidos baixa para menos de uma dezena.

– O fim da coligação vai reduzir na próxima legislatura para oito ou nove partidos. Com certeza –afirmou o presidente da Câmara questionado pelo colega Moacir Pereira sobre o excesso de legendas.

A lógica é de que os partidos que não conseguirem eleger vereadores, terão uma missão quase impossível na tentativa de manter as bancadas de deputado federal em 2022 – o que efetivamente garante o funcionamento pleno da legenda, com acesso aos fundos partidário e eleitoral, além do tempo de televisão. O provável é que os partidos mais bem posicionados ano que vem absorvam os demais em uma onda de fusões.

Claro que ainda existem pressões contrárias de quem será prejudicado. Partidos de médio e pequeno porte tentam mudar a regra antes que ela entre em vigor. Maia admite a pressão, mas garante que não permitirá que o recuo entre em discussão – prerrogativa sua como presidente da Câmara dos Deputados.

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– Se eu colocasse para votar, tinha muita chance de passar. Mas eu não vou colocar – afirma.

Uma alternativa, que conta com a simpatia do demista, é instituir o sistema distrital-misto para cidades com mais de 200 mil habitantes. Desse jeito, o eleitor escolhe um candidato de sua região e o partido que prefere. Metade do parlamento é composto pelos nomes regionalizados e o resto por lista partidária. Faltaria, no entanto, tempo para aprovar a medida até outubro.

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