O ex-governador Raimundo Colombo (PSD) voltou a criticar Carlos Moisés (PSL) pela condução das ações de governo durante a pandemia do coronavírus em Santa Catarina. Nas redes sociais, o pessedista comentou a decisão do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, Jefferson Zanini, que em ação movida pelo Ministério Público de SC pedindo a ampliação de medidas de restrição no Estado determinou que os técnicos da Saúde sejam os responsáveis por decidir sobre fechamentos.

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– Em resumo, a Justiça pediu que o governo de Santa Catarina governe. Essa omissão tem custado muito ao povo catarinense – disse Colombo.

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O ex-governador afirmou que o Estado iniciou mais uma semana com todas as regiões na faixa mais grave para risco de contaminação por coronavírus e elencou motivos para o que considera ser “uma omissão que se revela perversa”. Segundo Colombo, o governo Moisés não concluiu hospitais “que estariam salvando vidas agora”.

– São 400 pessoas nas filas de espera por leitos de UTI. Estamos há um ano em pandemia. Por que Santa Catarina não pediu recursos do Governo Federal para isso? – questionou.

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Colombo também afirmou que o governo é omisso na velocidade da vacinação, na busca por mais vacinas e no planejamento da economia estadual para enfrentar os efeitos da pandemia.

– Não há um plano de apoio aos setores de restaurantes, eventos, hotéis, área cultural. Não adianta comemorar recordes de arrecadação de impostos. O Estado é que deve servir as pessoas, não o contrário – afirmou.

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O posicionamento crítico a Moisés na condução das ações de enfrentamento à pandemia mostra disposição do ex-governador de voltar ao debate público. No final de fevereiro, também através das redes sociais, Colombo fez críticas à velocidade da vacinação e sugeriu a adoção de barreiras sanitárias entre regiões mais atingidas pelo covid-19. Dias depois, em entrevista ao SC Connection, na CBN/Diário, o pessedista cobrou “liderança, coragem e comunicação bem feita” ao atual governo e disse que “não existe lockdown de dois dias”.

Governador por dois mandatos, entre 2011 e 2017, Colombo foi uma das vítimas da Onda Bolsonaro em 2018 – a mesma que catapultou o então desconhecido Carlos Moisés ao governo estadual. Na época, o pessedista disputou o Senado e ficou apenas em quarto lugar na briga por duas vagas. Desde então, tenta se reposicionar no tabuleiro político estadual.

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Outra vítima da Onda Bolsonaro em 2018 também tem feito críticas ao governo Moisés nas redes sociais. Derrotado por Moisés no segundo turno naquela eleição, Gelson Merisio (ex-PSD, hoje no PSDB) está afastado do ex-aliado Colombo, mas adota tom semelhante nas críticas – com as claras diferenças de estilo que sempre marcaram os dois.

– Na democracia, a população escolhe seu governante para que ele, com acesso a todas informações oficiais, supostamente preparado, tome as decisões necessárias. É absurdo um governador ficar aguardando decisão judicial para saber o que fazer – disse o ex-deputado estadual.

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