Governador de Santa Catarina entre 2011 e 2018, Raimundo Colombo (PSD) é o entrevistado desta semana no Cabeça de Político – em sua versão podcast. Na conversa com o colunista Upiara Boschi, ele mostra preocupação com a retomada econômica do Estado após as restrições impostas pelo governo Carlos Moisés (PSL) para frear a disseminação do coronavírus e critica as decisões tomadas até agora pelo governador.

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– O governo mostrou insegurança, desconhecimento, uma improvisação absoluta. As pessoas não se sentiram seguras. Uma coisa é fechar tudo, isso qualquer um faz. Pega a caneta e diz que tudo está proibido. A outra é ter bom senso – afirmou Colombo.

Ouça a íntegra do Cabeça de Político com Raimundo Colombo:

O ex-governador defendeu que as medidas de restrição deveriam ter sido decididas junto com os prefeitos, utilizando critérios diferentes para cidades mais ou menos casos e atuação mais forte na orientação junto às pessoas.

– O enfrentamento não se faz numa coletiva às 18h não dizendo nada. Enfrentamento se faz coordenando, com a presença na rua, as pessoas sentindo a ação e a proteção do governo. Isso tem um efeito psicológico importante.

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Colombo mostrou preocupação com a retomada econômica do Estado, mesmo com as medidas de flexibilização do isolamento social em vigor a partir desta quarta-feira. Ele acredita que o governo estadual de maior iniciativa em propostas para ajudar pequenos e microempresários. Defende ainda que se debate o corte de benefícios de servidores públicos – especialmente na elite do funcionalismo. Diz que Moisés deveria adiantar esse debate.

– O cidadão vai se sacrificar, perder parte do salário e os outros vão continuar ganhando de forma privilegiada? Em três ou quatro meses esse debate vai estar maduro e forte na sociedade. Hoje o governador deveria estar procurando recursos, inclusive negociando a participação do servidor do Estado para não atrasar salário. Ou você faz de forma antecipada, com convencimento e participação das pessoas, ou vai romper e seja o que Deus quiser.

Sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na crise do coronavírus, o ex-governador afirma que “dois Bolsonaros”.

– Acho que tem dois Bolsonaros. O da caneta, que tem uma equipe madura e que consegue conter. Na questão da economia, diferente daqui, existem medidas que são maduras e responsáveis. Agora, o Bolsonaro quando abre a boca e está sozinho, é uma tragédia.

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Na entrevista, Colombo também avalia os resultados das eleições de 2018, quando foi derrotado na disputa ao Senado, fala do cenário político atual, sobre as delações da Odebrecht e JBS – dos quatro inquéritos para investigar sua conduta no governo do Estado, três foram arquivados e um está em andamento – e projeta seu futuro político.

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